Rui Vieira
Gestor
Neste mundo de negócios onde imperam os riscos e as incertezas, cada passo que damos é pautado por limites, bandeiras vermelhas, prazos, vários tipos de pressão e falhas.
Após cerca de 17 anos nesta caminhada de empreendedor, nunca conheci um colega que não enfrentasse algum tipo de falha. Esta realidade inevitável leva-me a refletir sobre: Até quando vamos ficar parados a julgar os erros de quem tenta empreender?
Gosto de pensar numa mesa ocupada com pessoas que falharam redondamente. Uma mesa em que o prato principal é a humildade e sinceridade, nesta mesa fala- se de soluções e reações.
Não temos dúvidas que um dia todos vamos falhar, mas parece que existe em nós uma vontade natural de olharmos de lado para o erro dos outros.
Cada erro cometido por alguém que deu o seu melhor, mesmo que o resultado não tenha sido o esperado, merece reconhecimento, mas decididamente, nós não estamos habituados a isto. Estou totalmente consciente que afinal, o falhanço de hoje pode ser o pilar do sucesso de amanhã.
Vivemos um paradoxo, onde a reação ao erro do outro causa mais desconforto do que o próprio erro, talvez, se mudássemos nossa perspetiva sobre o falhanço e começássemos a respeitar mais estes momentos, estaríamos a abrir portas para um ambiente de trabalho mais acolhedor e inovador.
É neste espírito e compromisso de respeito pelo erro do outro, pela diversidade de pensamento e cultura que caminhamos no Prontos.
A coragem de tentar, mesmo diante de tantos riscos é valorizada, acreditamos que um ambiente colaborativo de suporte, longe da performance é fundamental para transformar falhas em degraus para o sucesso.
Desculpa, Fernando Pessoa, talvez não fosse esta a interpretação que tinhas em mente, mas aqui no Prontos, respeitar o falhanço de alguém é uma ousadia que está reservada a quem se atreve a tentar. ■