O comércio tradicional está a morrer nas Caldas da Rainha e em todo o Portugal. Quais as medidas que o governo tomou ou pôs em prática para acabar com esta catástrofe? Nenhuma. Alguns países europeus já chegaram à conclusão que é o comércio tradicional que cria a maioria dos empregos e não os grandes trusts do comércio.
Em Caldas da Rainha, metade dos comércios tradicionais, ou mais foram à falência derivado à implantação sem rei nem roque desses trusts internacionais e continua a derrocada. Até quando? pergunto eu. Se os cidadãos têm direitos, o governo, seja ele de esquerda ou de direita, tem obrigações e essas obrigações são de salvar o comércio tradicional e, ao mesmo tempo, tentar acabar com a grande miséria que reina em Portugal.
Porque é que o pequeno comércio chinês em Portugal não paga impostos durante dez anos e o português paga? Porquê essa discriminação? O pequeno comércio português não está implantado na China. São talvez as grandes empresas e não o pequeno comércio. O comércio tradicional português deveria ter os mesmos direitos que o pequeno comércio chinês.
Um governo, seja ele qual for, não deve representar um partido, mas criar condições para o bem-estar dos portugueses e sobretudo para os jovens que são o futuro do país. Um país de velhos é um país morto. Senhores do governo: se não sabem, deixem as cadeiras douradas onde estão sentados e dêem o lugar àqueles que querem fazer de Portugal à beira-mar onde todos os portugueses se sintam bem, neste nosso país pequeno mas grande de História (se mais mundo houvera…)
Senhores governantes: mãos à obra, dêem condições ao comércio tradicional. Faziam dele o vosso cavalo de batalha. Não deixem encher as prisões de jovens sem futuro. O desemprego não é uma fatalidade, mas uma vontade de acabar com ele. O desemprego é o maior cancro do mundo e se os políticos nada fizerem para o curar, a medicina não cura esse tipo de cancro, sois vós que tendes a cura, sois vós que tendes a faca e o queijo na mão, como dizia o meu avô.
Vou esperar e tenho esperança. Assim o governo queira ver a cidade onde eu nasci criar emprego para toda a gente, onde a maioria era criada pelo comércio tradicional e dava às Caldas o prazer de se viver nela. Espero que em Portugal seja igual e não podemos esquecer que foi nesta linda cidade de Caldas da Rainha que Bordalo criou uma página da história da faiança e onde o fado nasceu numa tela de Malhoa. E não podemos esquecer a grande riqueza que as Caldas era e espero que seja ainda. A Praça da República (Praça da Fruta) onde o turista admirava a beleza desse mercado centenário. O coração da cidade foi sempre este mercado, muito embora já não haja a beleza das vendedeiras de louça, nem a beleza das revendedeiras das cavacas.
Neste meu desabafo, peço ao senhor presidente da Câmara, que não conheço, que faça outra vez das Caldas da Rainha a cidade que foi. Na Câmara não é só um presidente, mas toda uma equipa que trabalha para o bem estar dos caldenses, assim espero. Muito obrigado.
António Brito
NR – Não é verdade que o pequeno comércio chinês não paga impostos.