Sobre o Teatro da Rainha já aqui tenho escrito muito (sem ainda ter mencionado o disparate e erro político que é a construção de um novo espaço para este Teatro e deixar um existente, o CCC em uso desvalido). Já tenho escrito sobre a qualidade dos intérpretes/actores, o trabalho de cena e cenografia, agora sobre estes textos menores de Brecht , Europa 39, que com uma magnífica encenação os procura recuperar e resgatar.
Os textos são muito datados e sem a qualidade de outros do mesmo autor mas a que se procura dar actualidade, que salta aos olhos , na repetição do que infelizmente não é senão a tragédia da história.
A “situação”, as transigências, o neutralismo, a incapacidade de reagir à intolerância crescendo, a crescer pelos olhos dentro, que são puxadas no, do texto e que ganham com o presente para que nos remetem. Com os nacionalismos, a xenofobia e racismo, com a história a repetir-se, outra vez.
Excelentes interpretações e bons cenários deixam-nos com uma hora e meia de reflexão para que não fiquemos parados. Apesar do rio que nos arrasta…
De registar os textos de apoio que dão um bom enquadramento da peça, além de ajudarem a compreender o contexto.
O teatro em Caldas continua a ter espaço e tempo para ser devidamente apoiado.
António Eloy