A semana do Zé Povinho 11-01-2019

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Gazeta das Caldas
| D.R.

Zé Povinho confessa-se um simpatizante do Papa Francisco e reconhece-lhe uma maior proximidade à realidade, algo que fazia falta à Igreja. Francisco já deu várias provas da sua abertura e compreensão do mundo que o rodeia. Uma das “batalhas” que o Papa tem travado está relacionada com a situação dos refugiados.
No final do ano de 2018, no concerto de Natal do Vaticano, Francisco apelou a uma reflexão sobre os refugiados, lembrando que “para deixar tudo – casa, parentes, pátria e enfrentar o desconhecido – devem ter sofrido uma situação muito grave”. O Sumo-Pontífice sugeriu então que deveria existir uma maior coordenação entre os países e serem criadas redes de ajuda para os refugiados.
Ele próprio oriundo de uma família de emigrantes italianos na Argentina, Francisco reconhece que “muitas vezes desistimos de conhecer o outro e levantamos barreiras para nos defender”. Ainda assim, realça, “não é um pecado ter dúvidas e medos, o pecado é permitir que esses medos determinem as nossas respostas, condicionem as nossas escolhas, comprometam o respeito e a generosidade, o combustível do ódio e da recusa. O pecado é desistir do encontro com o outro”.
Sensível ao sofrimento dos seus semelhantes, Zé Povinho destaca o papel de Francisco na aproximação da Igreja ao mundo real, ao mundo das pessoas, e elogia a sua defesa dos refugiados, mas também a sua coragem nas afirmações de que é melhor viver como ateu do que ir todos os dias à igreja e passar a vida a odiar os outros.

Gazeta das Caldas
| D.R.

O Presidente da República Portuguesa, 44 anos depois do 25 de Abril, resolveu convidar um fascista para visitar Portugal! Zé Povinho pasma perante o desplante do professor Marcelo Rebelo de Sousa, que na sua hiperactividade não resistiu ao ímpeto de convidar o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, para ser recebido em Portugal com honras de Estado.

Que o Presidente português tivesse ido à tomada do posse do seu homólogo brasileiro, ainda se entende. Os grandes laços existentes entre os dois países irmãos justificam-no, independentemente de quem ocupa o lugar no Palácio do Planalto. Mas que Marcelo tenha vindo deslumbrado, após uma conversa de um quarto de hora com Bolsonaro com uma reunião “muito boa”, que decorreu “em tom fraternal entre irmãos”, já parece excessivo.
A caldense Ana Sá Lopes, directora-adjunta do Público, estabelecia há dias um paralelismo interessante entre Salazar e Bolsonaro – o ódio de ambos às “ideologias”, a religião como parte do Estado, a defesa dos valores das famílias ultraconservadoras, o mesmo horror aos “vermelhos”. Tudo coisas que remetem para o Estado Novo, para a juventude de Marcelo, que curiosamente até era um contestário do regime.
É que o Presidente certamente não mediu bem as consequências do seu convite irreflectido. O homem que quer espalhar armas pelo Brasil, que homenageia torturadores da ditadura brasileira, que revela ódio aos homossexuais, que secundariza as mulheres e que ameaçou “fuzilar a petralhada”, não vai ser bem recebido em Portugal. A começar pelo Parlamento onde a maioria dos deputados não o aplaudirá (a não ser por questões formais) e a terminar nas ruas onde certamente haverá manifestações e contra-manifestações de apoio e de indignação.
Não havia necessidade, senhor Presidente.

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