Até aqui um hábito nos usados, comprar on-line vai passar a ser regra também nos novos
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O comércio de automóveis on-line está bastante disseminado, mas, apesar de ter um impacto forte nos usados, é um canal ainda pouco explorado no mercado dos novos. Agora os fabricantes começam a olhar para este canal como forma de chegar mais perto dos clientes, sem perder de vista o contacto de proximidade

Os portais on-line são responsáveis por uma grande fatia das vendas de automóveis usados e semi-novos em Portugal. Contudo, no mercado dos novos o canal digital está ainda pouco explorado. As marcas estão presentes on-line, mas apenas para mostrar os seus modelos, dar a conhecer campanhas e o mais longe que vão é até à marcação de test drives. No entanto, para adquirir a viatura é preciso uma deslocação ao concessionário físico. Esta é, no entanto, uma realidade que está prestes a mudar.
“Temos estado a trabalhar fortemente o digital, é uma alteração no sector automóvel que tem que ser feita”, diz à Luís Barros Rodrigues, director da Lubrigaz nas Caldas da Rainha.
A Volkswagen, uma das marcas representadas pela empresa leiriense, já deu a entender que vai enveredar por esse caminho, podendo, inclusivamente, proceder de forma exclusiva à venda da sua futura gama de eléctricos ID pela via digital.
A dúvida que se coloca é: como vão ficar os concessionários locais após esta modificação.
Apesar de não ter ainda dados concretos, Luís Barros Rodrigues acredita que estes não vão ser esquecidos, nem postos de lado.
“As fábricas e os importadores têm que ter um certo cuidado, porque vão continuar a precisar dos revendedores. As pessoas gostam de ver os carros antes de comprar, são produtos cujo o investimento na aquisição é elevado”, observa.
“O que está previsto é que a venda possa ser atribuída ao concessionário daquela região”, adianta. Além disso, é necessário manter o serviço de proximidade no após venda.
Luís Barros Rodrigues realça que a medida até pode trazer benefícios para os concessionários. “Actualmente somos obrigados a comprar carros ao importador para ter em stock, dessa forma podemos deixar de ter que o fazer, eliminando assim um custo fixo”, realça.
Além disso, os próprios concessionários também devem ser proactivos na passagem ao digital. “As pessoas estão em casa, mas no computador podem ver os produtos que temos. Depois precisamos de nos diferenciar pelo bom serviço, porque isso continuará sempre a fazer a diferença”, aponta.

KIA SAI NA FRENTE

A primeira marca a possibilitar a venda directa ao público sem sair de casa é a Kia, que lançou no passado mês de Abril o portal Kia Vibe.
A plataforma permite cumprir todos os passos da aquisição de um automóvel a partir de um dispositivo digital, desde a escolha do modelo e versão, até à finalização da compra e a entrega do carro. Nesta solução desenvolvida pelo importador nacional, não falta a possibilidade de solicitar um test drive, ou de recorrer ao contacto, por vídeo-chamada, com um consultor do concessionário local para demonstração e aconselhamento.
Em simultâneo, a marca sul coreana do grupo Hyundai lançou um microsite dedicado aos veículos eléctricos. Ali os clientes podem conhecer a gama electrificada da marca e encontrar respostas para diversas dúvidas sobre a condução eléctrica, através de elementos gráficos multimédia.

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