A semana do Zé Povinho

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Gazeta das Caldas
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| D.R.

Zé Povinho, ao conhecer a história que levou ao projecto da Porter Systems de dois jovens engenheiros caldenses, instalados no Parque Tecnológico de Óbidos, recordou-se de projectos inovadores que preenchem as antologias das empresas emergentes de tecnologia surgidas desde a década de 80 em todo o mundo
O primeiro passo foi dado na primeira Web Summit realizada em Lisboa em 2016 (iniciativa que tem merecido os comentários irónicos de muitos bem pensantes nacionais que pouco arriscam tecnologicamente) quando os dois engenheiros caldenses, Leonardo Lino e Pedro Esteves, que trabalhavam numa start up holandesa na capital portuguesa, “propuseram” um projecto de controlo de acessos a residências.
As viagens juntos para Lisboa solidificaram a amizade e permitiram que da discussão nascesse a luz e encontrassem uma oportunidade no mercado para a inovação que pretendiam desenvolver e concretizar.
A ideia levada à Web Summit permitiu-lhes validar o conceito e proporcionou-lhes um convite para o programa Startupbootcamp Smart City & Living, que viria a realizar-se na Holanda, onde criariam a sua empresa.
Depois de um período de incubação, foi-lhes permitido acelerarem o projecto em Inglaterra numa plataforma apoiada por grupo económico chinês, que os levou depois a Pequim, Tsingtao e Shenzhen, onde chegaram a empresas tecnológicas de topo, como a Foxconn (fabricante do iPhone) e a Tencent (dona do WeChat), isto é, ao paraíso de produção dos novos suportes computacionais.


Não admira que agora estejam em Óbidos em período de expansão e implantação do seu produto, primeiro no mercado português, e depois preparando-se para entrar no mercado internacional, especialmente na Europa, onde são mais usadas estas instalações para controlar a segurança das habitações e das empresas.
Estão, pois, de parabéns estes dois caldenses, que em apenas dois anos conseguiram concretizar uma ideia inovador e transformá-la em produto vendável, que já está colocado no mercado e que em breve, pode ser acompanhado com outras inovações alargando a sua oferta no mercado. Zé Povinho ficou mesmo convencido com o projecto que apresentaram e provavelmente irá adoptar o Porter Systems para proteger a sua residência centenária.

 

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[caption id="attachment_124133" align="alignleft" width="300"]Gazeta das Caldas | D.R.[/caption]

A putativa taxa Robles para combater a especulação imobiliária (título que a imprensa adoptou mesmo à revelia dos autores), proposta inicialmente pelo Bloco de Esquerda – para se purificar depois da polémica surgida com o prédio que o seu vereador na Câmara de Lisboa recuperou naquela cidade – animou a política portuguesa no mês de Setembro.
As declarações do líder do PSD, Dr. Rui Rio, secundando-a ao achar que “até não é má”, viria a merecer no Conselho Nacional realizado nas Caldas, várias intervenções de crítica, pois foi considerado como um tiro no pé por criar a impressão que serão necessárias mais taxas e impostos para resolver o problema da falta de habitação e, cumulativamente, da especulação resultante deste funcionamento anómalo do mercado.
Para os especialistas, a falta de habitações no mercado português não se resolve com mais taxas ou impostos, mas com a aposta no apoio público ao aumento directo ou indirecto da construção ou reconstrução imobiliária, criando condições para ampliar a oferta residencial e moderar os preços, condição que a taxa proposta iria dificultar.
As mais valias das vendas habitacionais já são fortemente penalizadas através das taxas cobradas no IRS ou IRC (desde que não reinvestidas em habitação própria), pelo que a nova taxa em nada resolveria e só iria adiar novos investimentos, razão pela qual os restantes partidos vieram desligar-se da iniciativa, obrigando BE e PSD a apresentar novas versões das suas propostas iniciais.
Tudo isto mostra que a proximidade de eleições gera um certo frenesim e ansiedade provocando propostas legislativas ou orçamentais que às vezes resultam no contrário do que à partida pareciam suscitar. O PSD e BE desta vez caíram numa ratoeira que agora vão tentar desmontar e não perder o pé, mas são os grandes penalizados pela opinião pública.

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