José Luiz de Almeida Silva
O ano de 2024 fechou com mais de 450 mortos e cerca de 2600 feridos graves em mais de 135 mil acidentes das estradas portuguesas, no que constitui uma das principais causas de morte prematura e de invalidez, com uma tendência crescente de vítimas entre os peões, ciclistas e motociclistas.
A média de Portugal em mortes nos acidentes rodoviários por milhão de habitantes é de cerca de 45, em confronto com os países nórdicos em que esta taxa é de quase um terço. No período de Natal e Ano Novo deste ano morreram mais de duas dezenas de pessoas, o que constitui notícia trágica para tantas famílias numa época que devia ser de alegria.
Segundo as autoridades rodoviárias as principais causas dos acidentes são excesso de velocidade e de o álcool, manobras perigosas, utilização do telemóvel pelo condutor, distrações, etc.
Perante números tão dramáticos e graves que atingiram milhares de famílias portuguesas ao longo dos últimos anos e milhões de euros de prejuízos, pergunta-se o que é preciso mais para lançar uma “operação verdadeiramente especial de prevenção” para os acidentes na estrada?
Olhe-se para as práticas mais exemplares dos países com menor número de acidentes, em que as infrações são fortemente penalizadas e o comportamento urbano dos condutores é destacado.
Este número tão elevado de sinistrados devia-nos servir de alerta a todos e não ser mais uma “espécie de perceção” que não motiva ninguém.
Declaração de interesses: Há vários anos fui atingido numa estrada da região por uma camioneta que destruiu o carro em que viajava e me deixou mais de 50 dias em coma nos Cuidados Intensivos, com todas as sequelas imagináveis. ■