A cidade que não deve adiar o futuro

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Nas Caldas da Rainha, vive-se na expectativa de um projecto novo. Direi, não só de termalismo, mas de uma ideia renovada de cidade conceptualmente termal, possível desde que o termalismo regresse e a economia e a cultura associadas lhe sejam importantes, no quadro vivencial da cidade e sua região.
Mas liderar o processo exige um conhecimento da história e da cultura associadas e uma visão larga do caminho.

Este conjunto termal surgiu como um todo, um território completo e criado estruturalmente para constituir uma ambiência propícia à terapia e ao lazer. Afirmou-se com valores próprios, de forma inovadora, tornando-se cenário de disseminação cultural e consumo de produtos, onde convergiram aquistas de diferentes proveniências geográficas. Os fluxos sazonais para as Caldas da Rainha tiveram um papel relevante na cultura e no impulso da economia local.
Hoje em dia, desafios essenciais se colocam na compatibilização entre saúde, turismo, património, ordenamento e ambiente. Estes são, aliás, aspectos que parecem colocar-se com maior acuidade aos poderes públicos e aos empresários.
Por isso, no quadro de uma cidade que ganhou ou reforçou outros conteúdos funcionais, o papel inovador do microcosmo termal das Caldas da Rainha só se manterá se forem adoptadas estratégias exemplares de mudança e progresso, como sinónimo de bem-estar social, cultural e material. Este caso é único, singular e notável, porque noutros tempos foi pioneiro no mundo, tanto no conhecimento científico e terapêutico, como na vanguarda da engenharia e arquitectura. No entanto, no presente, há a necessidade de se apostar na cultura do património, envolvendo quem sabe e possa investir com experiência reconhecida, valorizando-o como aquele que, em primeiro lugar, é capaz de promover o orgulho dos Caldenses e ser distinto aos olhos de quem o visita.

Jorge Mangorrinha

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