José Luiz de Almeida Silva
Com surpresa na Europa, mas certamente com menos surpresa nos próprios Estados Unidos, Donald Trump venceu as eleições desta vez cabalmente e não deixando qualquer dúvida. Para os observadores aquém Atlântico o resultado foi inesperado, mas olhando bem os resultados e os comentários, verifica-se que se tratou mesmo de uma quase revolta eleitoral contra os bem-pensantes e elites norte-americanas, por parte dos deserdados e dos desconsiderados daquele grande país à mistura com os milionários da linha Musk.
Provavelmente os apoiantes de Trump são indiferentes às suas idiossincrasias, melhor às suas peculiaridades, vistas no século XXI como aceitáveis por aqueles que nele acreditam e que são muitos milhões que compuseram a maioria que lhe deu a vitória em quase todos os órgãos que estiveram em competição eleitoral.
Será muito ousado tentar adivinhar o mundo que se aproxima nos 4 anos do novo mandato de Trump, mas provavelmente os Estados Unidos e também o Mundo vão enfrentar novos desafios, especialmente as elites que julgavam estar isentas das situações que só aos outros podiam acontecer.
Portugal poderá enfrentar também novos desafios resultantes dos novos equilíbrios políticos e económicos no mundo, como poderá como alguns preveem, receber muitos americanos com poder económico, que vão preferir viver no nosso país a estar dependente das renovadas e perturbadoras manias trumpianas.
Pode ser uma coisa boa para a nossa economia, mas pode ser, como alguém me lembrava, mais um fator para incrementar o custo de vida e as desigualdades no nosso país, que vai prejudicar as economias menos abonadas. E a nossa região pode estar nesta encruzilhada até por alguns investimentos imobiliários anunciados. Estaremos preparados e conscientes para tudo isto? ■