De Braços Abertos – Heróis

0
556
- publicidade -

Homenagear “aqueles que por obras valorosas, se vão da lei da morte libertando” é, não só justamente merecido, como de indiscutível utilidade para o reforço da nossa identidade social. A pátria dignifica os seus e, ao fazê-lo, dignifica-se a si própria. Sempre foi assim e continuará a sê-lo, questionando-se apenas a forma como o faz. Assistimos, periodicamente, ao ritual da distinção de personalidades cujos méritos não se pretende pôr em causa, mas que, frequentemente, pouco ou nenhum reconhecimento obtêm da maioria dos cidadãos. São muitos, no entanto, aqueles que julgamos merecerem a nossa homenagem, directamente ou por intermédio do Estado, neles se incluindo médicos, bombeiros, professores, jornalistas, enfermeiros, polícias, juízes, artistas, militares, autarcas e tantos outros profissionais que, durante uma vida, cuidam do bem-estar dos seus concidadãos, distinguindo-se pela prestação de um serviço público exemplar.

Milhares de heróis anónimos passaram pela nossa História sem receberem aquilo que, ainda em vida, mais mereciam e raramente reivindicaram: o reconhecimento público do seu trabalho. Portugal tem instituições e profissionais de que muito se pode orgulhar. Grande parte deles desempenha um papel essencial à nossa sobrevivência e qualidade de vida, esforçando-se por demonstrá-lo em cada acto que pratica, não apenas de natureza profissional, mas também social e humanitário. Ao conhecer por dentro realidades organizacionais que dificilmente se percebem por fora, em toda a sua complexidade, penso em como este Estado é ingrato, ao não valorizar devidamente os seus melhores funcionários e outros destacados cidadãos. Ocorre-me, também, que nós próprios, enquanto clientes ou utentes, ignoramos muitas vezes as contrariedades que essas pessoas humildes e anónimas enfrentam, tudo fazendo para nos servir o melhor que podem e sabem, mesmo quando as ofendemos com alguma, ou sem nenhuma, razão.
Naturalmente que, em todo o lado, existem bons e maus profissionais, sendo estes últimos merecedores de crítica, ou mesmo de reclamação, se se justificar. Contudo, ao destacarmos os melhores, estamos, não só a recompensá-los, como a diferenciá-los dos piores, contribuindo assim para uma motivação adicional e, consequentemente, para a melhoria do desempenho profissional. Aguarda-se que o Estado, no âmbito das reformas tantas vezes prometidas, melhore os critérios de avaliação e reconhecimento dos seus funcionários, bem como dos cidadãos que se destacam nas diversas frentes do desenvolvimento económico e social, ao nível nacional e local. Também as empresas e instituições, públicas e privadas, devem anualmente homenagear publicamente os seus melhores colaboradores. Entretanto, sejamos nós mesmos, cada um de nós, a reconhecer directa e pessoalmente aqueles que nos servem e cuja atitude no trabalho vai para além do simples cumprimento do horário ou conteúdo genérico da função. A esses heróis anónimos, queremos dizer Obrigado!

- publicidade -