Joaquim Paulo
Por consubstanciar uma realidade relativamente recente, o Oeste assiste, ainda hoje, a um processo de construção de identidade coletiva que urge consolidar. Muito por culpa da desorganização do Estado, mas também pela falta de lideranças que queiram impulsionar a região enquanto território de excelência, o Oeste vive, nalgumas áreas, num “limbo”, até porque as disparidades entre os seis concelhos do distrito de Leiria e os seis concelhos de Lisboa que congregam a região são difíceis de conjugar. A nova NUT II pode ser uma lufada de ar fresco nesta matéria, mas isso só mais adiante.
No entanto, a profusão de mecanismos de financiamento europeu aliada à vontade de alguns que ousam pensar fora da caixa pode ajudar a concretizar, por cá, projetos que, verdadeiramente, podem vir a fazer a diferença na qualidade de vida dos oestinos. É o caso da smart region, uma parceria entre a OesteCIM e a NOVA IMS anunciada há cerca de dois anos, que resulta de um investimento de um milhão de euros e que, com recurso à Inteligência Artificial, tornará o Oeste na primeira região inteligente do país.
Na semana passada, quem teve o prazer de assistir ao colóquio sobre o futuro dos jornais regionais que encerrou as comemorações do 97º aniversário da Gazeta, ficou a perceber um pouco do que se está a preparar nas áreas da inovação e do conhecimento. E quanto mais se reflete sobre essas potencialidades, mais se conclui que o Oeste é, pelas características do território e das suas gentes, pelo peso da história e do património, pela capacidade empreendedora e criatividade, um terreno fértil para olhar o futuro de olhos bem abertos.