Eles comem tudo…

0
939
- publicidade -

Pedi ajuda a José Afonso, palavra e voz clarividente que nos trouxe Abril, para o título deste comentário sobre a tão esperada recuperação dos Pavilhões do Parque…e que agora espreita.
Concurso público internacional, certo!
Concessão a privados com aproveitamento de todas as valências disponíveis, incluindo a modernização da envolvente termal, se bem enquadrada em todos os procedimentos concursais, também me parece inevitavelmente correcto.
Mas o projecto apresentado na Gazeta, senhores, esse remete para o segundo verso do refrão dos “Vampiros” de José Afonso…” e não deixam nada”.

É tão óbvio que quem o fez não sente o espírito do Parque e dos seus Pavilhões… e isso dói!
O meu amigo José Carlos Faria, na sua coluna: “De palavra em riste” denuncia a violação evidente do P.D.M. aprovado para o local… mas eu já não acredito em quase nada na terra que foi uma das últimas a ser obrigada a aprovar o seu P.D.M.
Tudo porque nesse tempo o Presidente da Câmara, o tal senhor de bigode, acumulava também a Direcção do Departamento de Obras Municipais.
Parece querer ir agora para Leiria, de onde nunca deveria ter saído.
No Correio dos Leitores da mesma Gazeta de 7/7/2017, que apresenta com destaque faraónico o projecto “salvador”, um sr. arquiteto, confessando-se atrasado no tempo, coloca tantas interrogações, que, sendo especialista em termalismo, parece não querer dar qualquer passo decisivo para pôr a sua “expertise” ao serviço da sua terra.
Noutros tempos, passou de um CLIC, oposicionista militante, para a “claque” do tal senhor de bigode que o fez Vereador com pelouro atribuído e tudo.
Recordo a sua luta vigorosa e com razão, contra a ranhura na porta do Café Central que a proprietária queria abrir para a entrada do Correio.
O que me choca no projecto, e que exorbita do edificado, é a violação da traça, a “betonização” do portão entre o Balneário Novo e o antigo Casino/Casa da Cultura; a ligação expúria entre o antigo Casino e os Pavilhões; a destruição da fachada virada para o Parque do antigo Casino; a invasão por betão paralelipipédico da velha “Aldeia dos Macacos” ( Pátio ajardinado do antigo Casino virado para o Parque ).
O espaço edificado concessionado tem “pano” que chega bem para construir o desejado sem estas violações grosseiras do P.D.M. e da traça dos Pavilhões de Rodrigo Berquó e do antigo Casino… mas a gula de mau gosto das Visabeiras deste mundo é insaciável.
Não esqueço a revitalização da Bordalo Pinheiro pela Visabeira, depois do que já fizera pela Vista Alegre (nem questiono a origem dos capitais investidos) e em nome desses feitos peço moderação que possa propiciar uma visão correcta da inserção do Hotel e demais valências no Parque Romântico onde querem entrar: investir mas sem estragar!
Esqueçam o elefante na loja de cristais.


Jorge F. Ferreira

- publicidade -