José Luiz de Almeida Silva
Tentarei manter a máxima distância na análise seguinte, por razões óbvias, mas poderei mesmo assim dizer que a atenção da criação cerâmica mundial esteve em Alcobaça, Caldas da Rainha e nos principais centros cerâmicos nacionais nos últimos dias.
Apesar de terem vindo apenas cerca de três centenas de pessoas a Portugal de mais de 50 países, o foco dos principais criativos da cerâmica mais consagrados esteve entre nós e permitiu diretamente aos que vieram conhecer a realidade portuguesa neste setor, tanto a nível patrimonial e de herança cultural, como ao seu potencial produtivo tanto industrial como na criação artesanal e de autor.
Para além do mais, esta iniciativa concretizada no nosso país, mostrou o grande potencial que este material histórico e esta expressão artística pode ter entre nós, vista do mundo mais conhecedor e interessado, uma vez que se trata de um material matricial desde a criação do Mundo e a sua primeira expressão material na vida quotidiana e na criação artística desde o princípio da Humanidade.
Poder-se-á dizer que, para a maioria do público interno, esta iniciativa pode ter passado um pouco à sua margem, contudo viu-se nos principais centros cerâmicos de norte a sul uma expressão de uma força e riqueza entendida a nível global, numa tradição que Portugal pede meças no mundo.
Foi bom para o Portugal Cerâmico viver esta experiência e permitirá talvez aos portugueses e aos responsáveis institucionais e outros intervenientes, como aos medias nacionais que estão alheios a estes temas, perceber que Portugal no mundo da cultura viva, teve um grande momento, mostrando que pode estar entre os melhores. Como alguém dizia neste encontro “Cerâmica É Vida” e represente passado, presente e futuro. ■