Garça-branca-grande (Ardea alba)

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Esta lindíssima ave bastante rara no nosso território até finais dos anos de 1990, embora semelhante à Garça-branca-pequena (Egretta garzeta) pela plumagem branca, esta ave é muito maior, sendo praticamente da mesma dimensão da Garça-real (Ardea Cinerea) apesar de poder ser observada durante quase todo o ano, não existem efetivos reprodutores no nosso território, pelo que se trata de uma garça migradora de passagem sobretudo invernante, sendo no Outono e no Inverno que se torna mais frequente. O melhor período de observação decorre de outubro a março. Ainda assim, é uma ave bastante escassa, que ocorre em números reduzidos em zonas húmidas da nossa região, como na poça do Vau e na lagoa de Óbidos e muito provavelmente no paul de Tornada.
Esta espécie alimenta-se sobretudo de peixes e outros animais aquáticos, como lagostins, rãs e crustáceos.
Pelas suas dimensões, cor de plumagem e raridade que a escolhi para salientar a influência das aves no motivo da heráldica da nossa cidade, que é o Pelicano, uma ave que raramente ocorre em Portugal.
Longe de pretender entrar em polémicas acerca da ilegalidade da heráldica em torno do brasão caldense.
O Primeiro Brasão de Armas das Caldas da Rainha era o escudo real, o mesmo do da Vila de Óbidos, a cujo termo pertenceu, e que fazia parte da Casa da Rainha D. Leonor.
A 12 de Julho de 1491 encontrando-se o Infante D. Afonso, filho de D. João II e da Rainha D. Leonor a cavalgar na Ribeira de Santarém, nas margens do rio Tejo, caiu do cavalo e embora prontamente socorrido por uns pescadores, para casa de quem foi transportado numa rede, veio a falecer.
A partir dessa data, a todos os brasões das vilas da Rainha, foram acrescentados um Camaroeiro e um Pelicano, as divisas de D. João II.
O Pelicano representa o supremo sacrifício, em que a ave alimenta os seus filhos, com a carne e o sangue do seu próprio peito.
O Pelicano também foi adoptado como um símbolo Maçónico.
Existe na praça da fruta a Papelaria Pelicano, cujo proprietário foi o professor José Lemos, que faleceu recentemente, e era pai do nosso amigo e fotógrafo Zé Caldinhas.

João Edgar