Em 1999, depois de ter sido operado ao coração e ter ficado com uma prótese cardíaca, fiquei isento de pagamento de taxas moderadoras. Isto porque estava escrito em lei. Em 2012, com a nova ordem do ministro da Saúde, tive de fazer uma viagem à delegada de saúde de Óbidos, onde resido, e a delegada de saúde foi-me dizendo que eu iria passar a pagar taxas moderadoras, adiantando que eu já tinha sido operado ao coração e estava bom. O AVC que tive em Janeiro não mostrava sequelas e eu não tinha certamente direito a manutenção da isenção. Para isso, teria de ir à Junta Médica.
São necessários 70% para se ficar isento. 70% é um número de certo modo exagerado e difícil de ser apurado. Fui chamado à Junta Médica no dia 6 de Agosto, mas com toda a surpresa fui logo informado pelo telefone que teria de pagar 50 euros. Fiquei admirado e desloquei-me ao Centro de Saúde onde no livro de reclamações (reclamação nº 6) e deixei escrito que tinha ouvido o senhor ministro da Saúde dizer na Assembleia da República “que quem já é isento continuaria a ser isento”. E agora tenho de ir à Junta arranjar os 70% de desvalorização, arranjar os 50 euros para pagar sem saber porquê, a não ser que tudo serve para nos levar o pouco dinheiro que nos resta. Naturalmente que é mais uma reclamação justa, mas de difícil solução.
Joaquim Alves