Numa das últimas ediçõess do jornal Expresso sob o título “O lado oculto das estufas de Torres Vedras”, são denunciadas as condições deploráveis e degradantes com que os migrantes são alojados, a monte e em espaços apertadíssimos sem ventilação, semelhantes às de Odemira.
Abordo este assunto junto dos leitores caldenses, em primeiro lugar porque Torres Vedras fica aqui bem perto, mas sobretudo porque este tipo de denuncias com as quais concordo, pecam por não noticiarem também os bons exemplos que os há, de empresários e empregadores daqui bem mais perto, com um sentido de justiça social diametralmente oposto.
Ninguém me encomendou o sermão. Faço-o porque me revolta o facto de alguns jornalistas, apenas darem a conhecer as coisas más quando a notícia até tinha a ganhar, se revelassem a outra face da moeda que são as coisas boas.
Sem prejuízo de outros casos que certamente existem, só falo do que conheço pessoalmente e de perto: falo da Frutus e das Quintas do Cadaval (Quinta de Santo António) na Sobrena, Cadaval. Aqui, os migrantes são tratados condignamente. São alojados em casas espaçosas, bem arejadas, com cozinha, instalações sanitárias e quartos alguns com beliches e não superlotados. Há até o caso de nepaleses que mandaram vir as esposas, mudaram-se de armas e bagagem como é costume dizer e já têm descendência, tão agradados que estão, com as condições de vida que lhes são proporcionadas.
Carlos Mendonça