As cidades precisam de ser vividas e acarinhadas em todas as suas vertentes, sociais, culturais, comerciais e por aí adiante.
A nossa cidade há muito que reivindica cuidados e intervenções sustentadas que marquem a nossa época, a modernizem e a coloquem no mapa das cidades de elevado interesse.
Temos praticamente de tudo para atingir esse desígnio se soubermos intervir em pontos estratégicos que, por ora, encontramos abandonados ou sem a atenção devida.
Denomino de “abandonados” vários locais que, com intervenções ao nível do planeamento e desenho urbano, poderiam conferir à cidade a valorização e a modernidade que tenho vindo a colocar nas crónicas. Desde logo refiro a zona do Largo Conde de Fontalva onde o monumento à Rainha Dona Leonor pontua.
Aponto como necessário empreender ou promover estudo com instrumento de planeamento urbanístico, ou até projeto que envolva os arruamentos confluentes, sobretudo as Ruas de Camões, General Queiroz, Travessa 5 de Outubro, Vacarias, Vitorino Fróis, até à passagem inferior sob o caminho de ferro. Julgo que seria um estudo a elaborar por arquiteto de renome internacional, com mundo, conferindo dignidade à entrada da cidade, com dinamização de nova centralidade. Em horizontes não muito distantes podemos observar que o surgimento de peças arquitetónicas devidamente enquadradas dinamizam toda a envolvente atraindo investimentos e fixando populações no interior das cidades.
Claro que poderemos assinalar outros locais que também exigem estudos de planeamento urbanístico de qualidade. Desde logo, uma das obras mais emblemática da cidade, o Centro Cultural e de Congressos, que se encontra emparedada a sul por um enorme edifício que teima em não se resolver e onde, a meu ver, deveria estar sediado o Teatro da Rainha com todo o seu dinamismo cultural, com elevadas economias de verbas quer de investimento quer de manutenção e conservação futuras.
Refiro também zonas como a do Hospital Distrital, da Praça de Touros enquadrando os quartéis dos Bombeiros Voluntários, GNR, PSP e Avenida General Pedro Cardoso, definindo cérceas e alinhamentos, procurando homogeneidade e leitura correcta. Zona do Bairro Além da Ponte (Santo Onofre) olhando para a Biblioteca Municipal, Escola Empresarial, onde poderá surgir outra centralidade que urge regular e promover.
Enfim, que bela prenda de Natal receberiam os caldenses se tivermos a coragem de olhar para estas questões estruturantes, com sinais de evidente mudança.
Desejo a todos um Feliz Natal, Ano Novo com saúde e coragem para atingirmos a modernidade que os caldenses exigiram em 2021 e certamente esperam lhes traga algo de novo e marcante.