“…O Autarca (Presidente da Câmara) explicou que ainda tentaram que fosse colocado frente à entrada principal do quartel, mas trata-se de um terreno privado, propriedade do construtor civil e antigo deputado municipal do PS, Mário Pacheco e concluíram que o valor em causa ia “para além das possibilidades do Município com esta iniciativa…”
Imperativo de consciência e respeito à memória de António da Silva Jordão, aos Caldenses e à Cidade de Caldas da Rainha, é meu dever informar:
Em Março de 2017, um telefonema da Vereadora Maria da Conceição com uma “ideia” e se deslocar ao nosso escritório, o que ocorreu em 6/3. Informado, esclareci que o terreno tinha outro proprietário, familiar do Senhor António Jordão, da minha parte (50%) estudaria uma solução compatível com os vários interesses: dignificar a escultura de homenagem ao 16 de Março, integrando e criando espaço público, não desvalorizando a propriedade desde que o outro prop. estivesse de acordo. De seguida falei ao H. Jordão o que se tinha passado, concordou com o princípio e premissas. Nunca esteve na mesa qualquer quantia como contra-partida. Para a ideia foi feito um estudo, sobre o levantamento Top. inc. a Estrada, muros do quartel, etc. Foram realizadas várias reuniões com a referida Vereadora entre outras nos dias 28/4, 27/6, 17/7, uma delas com a presença do escultor Sr. José Santa Bárbara com opinião favorável, tendo dito que gostaria que o pavimento de toda a base do monumento fosse empedrada com calçada. Com o processo a decorrer e de boa fé supunha que estavam criadas as condições para se avançar, reuni com a família do Sr. António Jordão em Agosto, cerca de um mês antes do seu falecimento, na qual informei e apresentei o estudo e obras que em principio a Câmara iria efectuar e o desenho do monumento. Concordaram e deram-me mandato informal para os representar e que quando fosse necessário a sua assinatura seria só informá-los. Falei com o Pres. da Câmara por duas ou três vezes, duas delas no final de duas reuniões com agenda de outros assuntos, a última no dia 4/1/18, quando entreguei cópia do email, enviado no dia 22/12/17, sem resposta, informando-me que não tinha tido conhecimento, motivo pelo que lhe deixei uma cópia. Nessa altura disse que o Executivo Camarário já tinha optado por outra solução. É importante referir que numa dessas reuniões foi solicitado que o nosso Gabinete apresentasse proposta de prestação de serviços de arquitectura e engenharia (todas as especialidades), daí o ter solicitado aos técnicos do Gabinete e outros. No seguimento da última reunião com a Vereadora Maria da Conceição foi dito que o estudo lhe parecia bem, tal como ao Executivo Camarário, faltando só informar o Comando da ESE, do qual daria resposta, o que nunca aconteceu. O “processo negociável”, se é que existiu, foi este e nada mais.Assim, e porque o Presidente da Câmara colocou o ónus de uma má decisão de localização do Monumento, na minha pessoa, ao contrário do que me havia dito na reunião do dia 4 de Janeiro, quando lhe entreguei a cópia do email enviado no dia 22/12/17. Nesta situação é importante divulgar o referido email, enviado no dia 22/12 ao Presidente, com cópia entregue na reunião de 4 de Janeiro de 2018. Desta “trapalhada” os proprietários são alheios e foi o Executivo Camarário que decidiu por outra solução e deve assumir as suas responsabilidades, não responsabilizando terceiros. Agi sempre de boa fé e procurei no que foi possível encontrar uma solução, daí ter envolvido outros técnicos. Foi com surpresa que vi o desenrolar do processo dado que pessoalmente ao longo destes anos, inclusive quando fui membro da A.M. na oposição, a relação com o actual Presidente foi sempre amistosa, de respeito e cordialidade. Por último, o lado positivo deste processo: permitiu pensar uma solução para um terreno sem uso, há mais de 30 anos, numa perspectiva de interesse público e conversar com o Sr. António da S. Jordão, que faleceu um mês após o nosso encontro, recordando na altura estórias antigas. Falou-se das famílias, da sua alegria pelo seu neto na gestão da queijaria familiar, porque a sua vida foi sempre ligada ao ramo, conhecido e amigo há mais de 50 anos, da Praça da Fruta. Foi uma pessoa cordata, séria, trabalhadora da qual tenho boas recordações, não merecendo as dificuldades de saúde e outras nos últimos anos, tal como o foi também na sua grande dedicação ao Caldas Sport Clube, do qual foi Presidente, numa altura de grandes dificuldades, dando tudo o que podia.
Mário Pacheco