Depois de um debate promovido pela Comissão Política do CDS-PP de Caldas da Rainha no âmbito do “Modelo de Gestão do Hospital Termal das Caldas da Rainha”, o qual congratulo pela ousadia e coragem de abordar um tema extremamente crucial para o desenvolvimento social/económico da nossa cidade, e depois de uma reflexão profunda sobre os pontos discutidos e posições tomadas pelas várias forças políticas eleitas democraticamente na nossa Assembleia Municipal, decido escrever este artigo de opinião com o intuito de dar o parecer e cimentar uma posição de um jovem preocupado com o futuro da nossa cidade.
Em primeiro lugar, frisar que o Hospital Termal das Caldas da Rainha fundado em 1485 pela Rainha D. Leonor é o mais antigo do mundo, vou-me repetir, é o mais antigo do mundo!
A pergunta que todos os Caldenses fazem, eu inclusive, é como foi possível deixar chegar este riquíssimo Património a este estado de degradação? Admitindo, que todo este Património esteve nas mãos do Estado todos estes últimos anos, mas a Câmara Municipal das Caldas da Rainha é isenta de culpa? Não tem nenhuma responsabilidade para com esta matéria? Será que foram feitos todos os esforços possíveis para não deixar chegar o Hospital Termal mais antigo do mundo a este estado de degradação?
Respostas que começam a aparecer a conta-gotas, agora que o Património “voltou a ser das Caldas da Rainha”, mas não. O Hospital Termal, o Balneário Novo, a Igreja de Nª. Senhora do Pópulo, o Museu do Hospital, a Mata Rainha D. Leonor e o Parque D. Carlos I, foram, são e serão sempre das Caldas da Rainha!
Em relação ao Modelo de Gestão, foram debatidos vários pontos de vista, todos eles com argumentos axiomáticos e soluções válidas, mas ainda sem uma resolução ou decisão pragmática, que carece de urgência e peca por tardia.
Modernização, esta deve ser a palavra-chave em todo este longo processo da reabilitação do Hospital Termal das Caldas da Rainha, na qual, ao que parece, estamos todos de acordo. Agora existem vários caminhos de chegar a esta urgente modernização, e um deles é inevitável – é necessário gastar milhões de euros para reabilitar todo este vasto Património, porque meio milhão aqui, meio milhão ali, só para “segurar as pontas” não é a solução, e é neste ponto que devemos refletir.
– Em primeiro lugar, terá a Câmara Municipal das Caldas da Rainha capacidade de financiar toda esta reabilitação do Património?
– Em segundo lugar, será viável entregar a uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social), esta sem fins lucrativos, a administração do Hospital Termal das Caldas da Rainha?
– Em terceiro lugar, quanto pode custar a cada um de nós todo a este processo de reabilitação?
É necessário um projeto, este público ou privado, um orçamento, analisar todos os prós e contras, salvaguardando sempre a cidade das Caldas da Rainha e todos os Caldenses.
Sejamos pragmáticos, sejamos ousados, não podemos deixar escapar estar oportunidade de voltar a pôr as Caldas no mapa do Turismo e Cultura, da Saúde, o que há demasiado tempo que deixámos de aparecer.
D. Leonor merece mais, Bordallo Pinheiro merece mais, os Caldenses merecem mais, e acima de tudo, as Caldas da Rainha merece mais ainda.
Guilherme Monteiro
NR – Gazeta das Caldas abre o debate sobre este tema e convida os seus leitores a darem a sua opinião sobre o futuro do Hospital Termal, do parque, da mata e do termalismo caldense.