O Teatro da Rainha e o CCC

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A propósito da notícia “Teatro da Rainha quer ir para o CCC mas Câmara das Caldas tem adiado decisão” (com chamada de primeira página) na edição da Gazeta das Caldas de 5/11/2010, o Teatro da Rainha gostaria de esclarecer desde logo que a sua realidade não é a de um mero “grupo”, mas sim a de constituir a única estrutura profissional de teatro existente no eixo que vai de Lisboa a Coimbra, sendo que esta condição obriga a uma actividade continuada, regular e ininterrupta.

Registamos a disponibilidade manifestada pela Senhora Vereadora da Cultura para o estabelecimento de um protocolo de utilização do espaço do CCC – Centro Cultural e de Congressos. Aguardamos portanto que a Autarquia, que é quem tem competência para tal, possa formalizar os termos, em que essa intenção se concretizará, já que desde 28 de Setembro dispõe do nosso plano calendarizado de trabalho para 2011.
Face à conjuntura difícil que se atravessa, o Teatro da Rainha expôs a 26 de Junho à Câmara Municipal de Caldas da Rainha uma proposta de utilização regular da Sala de Ensaios do CCC, que apesar de múltiplos contactos e ofícios, até à data permanece sem decisão.
Esta proposta foi apresentada tendo em conta:
– A impossibilidade prática de continuar nas instalações actuais, considerando a presença e o funcionamento quotidiano da Escola de Hotelaria e Turismo e a sua necessidade de expansão.
– Os factores penalizadores formulados pelo Ministério da Cultura, no que diz respeito às entidades que financia e que não disponham de espaço adequado estável. Este aspecto é tanto mais importante quando o Teatro da Rainha usufrui dum apoio resultante do Acordo Tripartido, protocolo, que para além de si próprio e do Ministério da Cultura, através da Direcção-Geral das Artes, é subscrito também pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
– O bloqueamento a que está sujeito o QREN, com baixíssimas taxas de execução, o que, no nosso caso concreto, tem inviabilizado a concretização do projecto do novo edifício (considerado de «superior interesse cultural» e de que não abdicamos), para o qual a Autarquia se comprometeu, assegurando a cedência do terreno e a comparticipação nacional.
– A incerteza de continuidade da utilização do sótão da antiga lavandaria do Hospital Termal, espaço muito interessante em termos alternativos, mas, exactamente por isso, só eficaz em determinado perfil de espectáculos.
– A imperiosa urgência de se trabalhar com um mínimo de condições técnicas e profissionais, quer na montagem das produções quer no acolhimento do público.
– A inexistência de quaisquer outras alternativas.
– O exemplo que se constata em todos as outras cidades com os principais locais de espectáculo no País (Braga, Guimarães, Coimbra, Figueira da Foz, Évora, etc.) que albergam entidades de criação artística.
– O facto da Sala de Ensaios do CCC, de excelente infra-estrutura em termos de concepção, segurança e insonorização exibir apenas uma ocupação episódica, já que as componentes principais da programação do CCC estão afectas ao Grande e Pequeno Auditórios.
– A disponibilidade e flexibilidade reafirmadas pelo Teatro da Rainha para se acertar e coordenar calendários e iniciativas.
– Finalmente, ser o CCC um complexo cultural construído com fundos Europeus, o que o coloca, de imediato, numa esfera primordial de servir a Comunidade, e que nesta perspectiva, o Teatro da Rainha com uma forte vocação de Serviço Público, poder constituir um vector de potenciação de dinâmicas e vantagens estratégicas mútuas, para além da riqueza intrínseca (cultural, social e económica) que decorre de se poder contar com estruturas de criação artística no âmbito da qualificação da vida das cidades e das Regiões.

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José Carlos Faria

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