Os “menos jovens” e a pandemia

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Gazeta das Caldas
Cristina Teotónio

Que o número de casos por doença Covid viria a aumentar com a “pseudonormalização” das nossas vidas era quase uma certeza; que a gripe sazonal e outras infeções respiratórias irão sobrecarregar os serviços de saúde que anualmente se debatem com graves problemas de resposta adequada, sobretudo pelo número de “menos jovens” que diariamente afluem aos serviços de urgência deste país com necessidade de internamento, também não é novidade; a situação é, pois, preocupante…
Mas também preocupante é como se sentem os “menos jovens” perante esta ameaça.
Todas as pandemias têm grupos mais vulneráveis e esta tem evolução menos favorável, quer pelo número de casos, quer pela gravidade associada a patologias preexistentes, nos “menos jovens” (perdoem-me o termo mas cada vez gosto menos da palavra “idoso”…)
Foi imperioso desenvolver medidas que visassem proteger os que se encontram em maior risco; no entanto, o número de casos é crescente e diariamente surgem noticias de novos surtos em lares.
A institucionalização dos “menos jovens”, por razões várias, é muitas vezes uma solução inevitável, mas simultaneamente uma decisão dolorosa para as famílias; ocorre numa fase da vida em qua a adaptação à mudança é mais difícil, é sentida como a reta final, motivada por debilidades físicas ou cognitivas que são, por si só, já difíceis de aceitar.
Mas como se sentirão estas pessoas, limitadas na maioria das vezes, por força das medidas necessárias de proteção, no convívio com os mais próximos, sujeitas ao uso de máscara, frequentemente submetidas a testes de despiste de doença???
E mesmo aqueles que continuando nas suas casas viram limitadas as saídas, as atividades habituais, a visita de familiares pelo medo da transmissão?
As consequências desta pandemia, que “teima” em prolongar-se no tempo, terão uma dimensão que provavelmente ainda não conseguimos vislumbrar, (o esforço mais imediato é travar o número de casos), mas enorme a nível da saúde mental individual. E uma vez mais “os menos jovens” serão os mais atingidos… Estejamos atentos aos sinais, retomemos com as devidas precauções “a normalidade” em relação aos que nos são próximos (são muitas as formas de cuidar, de mostrar que estamos presentes e que nos preocupamos). Temos de encontrar meios para minorar o “isolamento” que as limitações da doença e da idade provocam.
Temos, acima de tudo, de continuar a proteger-nos para protegermos os outros, incluindo os “menos jovens”…..
Muita força para que “tudo fique bem”!

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