Sempre disse que para os bombeiros temos por obrigação humanitária de os ajudar. Sempre contribui nos diversos peditórios que fazem. Todos nós sabemos que eles são sempre os primeiros a serem chamados quando estamos com problemas gravíssimos. No entanto, “há bombeiros e os que brincam aos bombeiros”.
Fiquei estupefacta quando este ano, no passado mês de Agosto, estava na praia da Foz do Arelho e me apercebo de uma mota de água dos bombeiros com dois bombeiros, um deles o condutor, sempre de pé.
Para ser visto, não seria necessário porque até era um homem alto, mas isso não é problema, ele deu nas vistas mas por uma situação que considero inadmissível.
Quando fazem os peditórios é porque têm necessidade, precisam de ser ajudados, mas ao verificar que a gasolina estava a ser consumida para passar o dia a apanhar bolas que deixavam ir na corrente, eu pergunto: acham correcto ligar a moto para apanhar bolas? A moto estava na beira da água parada!
Mas a moto também serviu para passear a família, dar uma passeio pela lagoa, enfim as voltas que quis dar.
Se estavam fardados é porque estavam de serviço e de facto verifiquei que estavam porque para o fim da tarde apitavam sem qualquer fundamento. Conheço bem a lagoa de Óbidos, apesar de cada ano ser diferente, mas sinceramente tudo isto foi apenas para se evidenciarem.
Não fui só eu que presenciei. Os comentários foram muito desagradáveis. Algumas pessoas disseram: “quando me abordarem a pedir eu digo-lhes!”
A todos aqueles que sabem ser bombeiros, obrigados pelo vosso esforço e coragem; aos que apenas vestem a farda e que têm atitudes como esta, está na altura de pensar o que querem. Não gastem aquilo que vos faz falta, que eu saiba a gasolina é paga.
Isabel Pinto
NR – Gazeta das Caldas deu conhecimento desta carta à corporação caldense dos bombeiros voluntários, tendo recebido a seguinte resposta:
A Direcção e o Comando dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha vêm reconhecer que em momento algum é admissível o facto relatado pela Dª Isabel Pinto.
Não deixamos, no entanto, de lamentar que situações como a que foi descrita não nos cheguem ao conhecimento em tempo útil, por forma a podermos agir junto daqueles que motivaram a carta, permitindo-nos sanar a questão em apreço rapidamente.
Durante o mês de Agosto os B.V.C.R. fizeram serviços de prevenção nas Praias da Foz do Arelho nos dias 6, 7, 13, 14, 20, 21, 27 e 28, ou seja, em oito dias diferentes, com equipas diferentes, em que realizaram vários salvamentos, sendo-nos impossível associar, a esta distância e sem data referida na carta publicada, quem seria a equipa de serviço e o seu responsável.
O serviço de prevenção efectuado pela mota de água, em função das correntes da Lagoa e das marés, obriga a que em determinadas horas este equipamento não fique estacionado e passe a operar dentro de água e sobre a forma de rotina para mais rapidamente poder intervir em caso de necessidade. Daí o percebermos a confusão que pode gerar nalgumas pessoas, que não tendo conhecimento destes procedimentos, possam entender os movimentos da mota de água como passeios ou simples deslocações aleatórias, quando, na verdade, estão a cumprir com sua função de prevenção.
A única coisa que é certa é que os Bombeiros apitam para alertar as pessoas dos perigos que correm. Uns irritam-se porque conhecem bem a praia e as correntes, outros não lhes dão importância nenhuma e por vezes são depois retirados da água pelos mesmos Bombeiros que os alertavam, mas dos salvamentos que são feitos pelos Bombeiros ao longo da época balnear ninguém comenta.
De facto, a mota de água não é para passear a família, apanhar bolas levadas pela corrente na vazante da Lagoa e também não deve ser uma prática corrente se for encarada como uma actividade de diversão dos tripulantes do meio de socorro. Mas quem sabe se não estão a evitar que uma criança vá atrás do dito brinquedo e não se meta num sarilho que, quem bem conhece as correntes locais como a senhora diz conhecer, sabe das dificuldades que as mesmas, por vezes, trazem aos desprevenidos.
Permita-nos D. Isabel Pinto que reconheçamos o lamentável procedimento por parte de alguém ligado aos Bombeiros que enunciou, e permita-nos também que, se no próximo ano eles persistirem, nos comunique de imediato, porque minha querida Benemérita, assim não ajuda os que querem presti-giar esta nobre missão dos Bombeiros Voluntários. Nós precisamos e contamos com a sua ajuda e com a de todos.
Abílio Maria Camacho
(Presidente da Direcção)
José António Sousa da Silva
O Comandante do C.B.
É de louvar a forma profissional como o jornal tratou a carta da leitora. Mas também é de louvar a forma como os responsáveis da Associação e do Corpo de Bombeiros das Caldas souberam esclarecer a opinião pública acerca do assunto versado. Assim é que se trabalha e se defende quem está para trabalhar. Parabens ao Jornal Gazeta das Caldas bem como à Direcção e ao Comando dos BV das Caldas da Rainha.
Não entendo qual é queixa aqui. Alguem não tem nada melhor que fazer com o seu tempo que meter o nariz, nao é?
O 25 de Abril, tem destas coisas …e ainda bem!!! Tudo é permitido, assim como esta anedota que esta ilustre cidadã, acaba de contar. Pelo conteudo da carta, desde logo se percebe, um fraco ou nulo conecimento, da postura de um individuo ao governar uma embarcação deste tipo( é em pé sim senhor que se deve andar, repito é em pé sim senhor que se deve andar) depois e vá -se lá saber porquê o objectivo é só um denegrir quem por acaso tá disposto a arriscar a sua vida voluntáriamnete, para salvar a dignissíma se for caso disso!!! Ningém acredita nesta blasfémia, porque quem diz o que quer ouve o que não quer, o Corpo de Bombeiros está de parabéns mais uma vez, finda mais uma época balnear sem acidentes ou incidentes, graças ao elevado profissionalismo destes BRAVOS…como diz o ditado os cães ladram e a caravana passa, neste caso cadelas…Bem Hajam