Quando há quatro anos o atual Presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha apresentou a sua candidatura, apontou três matérias que esperavam por solução há dezenas de anos e comprometeu-se a, no espaço de uma década, tentar resolvê-las. Com a sua Nova Dinâmica, o Presidente Tinta Ferreira lembrou-nos que os problemas crónicos do nosso concelho passavam pelo Hospital Termal e património associado, que precisava de ser revitalizado, pela Lagoa de Óbidos, que tinha de ser desassoreada como deve ser, e pela Linha do Oeste, que necessitava de ser uma verdadeira alternativa ao transporte rodoviário.
Sendo as Caldas da Rainha uma cidade termal, até na sua origem, não fazia qualquer sentido que o Hospital Termal mais antigo do mundo não fosse utilizado como foco de desenvolvimento local. O nosso património termal consegue albergar em simultâneo um verdadeiro Hospital Termal, para quem necessita de fazer termas por uma questão de saúde, e umas termas de lazer para turistas. É bom não esquecer que o tipo de turistas normalmente associado às termas é composto por pessoas com elevado poder de compra e que prolongam a estada nas cidades termais por mais de uma semana. Era pois essencial que as nossas termas voltassem a atrair os aquistas portugueses e europeus de modo a ajudar ao desenvolvimento económico do nosso concelho.
Por outro lado, a Lagoa de Óbidos é um verdadeiro ex-libris da nossa região. Quando tanto se fala hoje na importância do ambiente para a sustentabilidade do nosso planeta, tem sido muito triste perceber que, com o passar dos anos, a nossa lagoa tem tendência para acabar. [shc_shortcode class="shc_mybox"]Os entendidos dizem que é algo natural, que é a própria natureza que o faz, mas não deixa também de haver muita incúria por parte dos humanos que, ou contribuíram para esta situação ou nada fizeram para a inverter. Ano após ano, temos assistido a um cada vez maior assoreamento da lagoa. Para além da questão ambiental, com toda a biodiversidade lá existente, não deixa de ser também muito importante o potencial económico daquela massa de água. São os pescadores e mariscadores que vivem do que conseguem retirar da lagoa e são também os turistas que podem ser atraídos pelas excelentes condições que a Lagoa de Óbidos apresenta para veraneio e para práticas desportivas aquáticas.
Por fim, a Linha do Oeste vem definhando há décadas. Quem precisa de se deslocar em transportes públicos com alguma regularidade para ir das Caldas até Lisboa, sabe que o comboio não é uma opção viável. Não é mas devia ser. Pela capacidade de transportar mais pessoas, não estar sujeito às condições de trânsito na entrada de Lisboa e por ser mais amigo do ambiente, o transporte ferroviário costuma ser uma opção preferível. Uma ligação rápida de comboio entre Caldas e Lisboa, com horários atrativos, poderia potenciar o desenvolvimento económico do nosso concelho.
Ora, destas três opções estratégicas que a Câmara Municipal das Caldas da Rainha assumiu como prioritárias, a das termas está francamente bem encaminhada. Há alguns meses poucos eram os que acreditavam que nós, os caldenses, teríamos a capacidade de reabrir o Hospital Termal mais antigo do mundo e de fomentar o turismo termal nas Caldas. Com as obras em bom ritmo nas canalizações e edifício do Hospital termal e com a decisão dum grupo privado de construir e explorar um hotel de 5 estrelas nos Pavilhões do Parque, já se pode dizer que foi uma aposta ganha.
Para os dois outros problemas crónicos, a Lagoa de Óbidos e a Linha do Oeste, já se começa a ver a luz ao fundo do túnel. Saiba a Câmara Municipal, a bem das Caldas e dos caldenses, ultrapassar também esses dois grandes desafios.