Participação cívica (ou falta dela)

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Filipa Silva
Eng. Agrónoma – Consultora e Formadora

Foi com muito gosto que aceitei o convite para escrever para esta coluna, sendo a temática da Sustentabilidade a que mais me focarei, pois é este o tema que mais me faz aprender, comunicar, interagir e criar, quer a nível pessoal, quer a nível profissional.
Vivemos tempos difíceis e complexos a nível social, económico e ambiental, sendo muito importante reconhecer os desafios que enfrentamos e trabalhar na construção de soluções para os mesmos. Neste espaço de opinião, gostaria de dar visibilidade aos projetos, movimentos e associações da sociedade civil da nossa cidade cujas ações e envolvimento promovem a sustentabilidade ambiental. No entanto, além da Associação PATO, do grupo informal Lindomar – Foz do Arelho, que organiza limpezas de praia, e da recente associação ambiental Ágora, infelizmente, não há mais a referir, sendo ainda que os grupos existentes contam com a participação de poucas pessoas. Quantos cidadãos têm conhecimento da existência destes movimentos e das suas atividades?
A falta de participação cívica da população na nossa cidade é uma realidade, e isso reflete-se tanto no baixo envolvimento em movimentos e associações, quanto na pouca participação em eventos pontuais. Não me refiro apenas à causa ambiental, e por exemplo no número de participantes na atividade que ocorreu no último sábado de restauro ecológico no Rio da Cal, mas de temas vários.
Não há eventos, conversas, debates ou oportunidades de interações e trocas de ideias organizados na nossa cidade, como era exemplo os “21 às 21” organizados pela MVC. É essencial existir participação pública, são necessárias pessoas preocupadas e atentas que partilhem a sua opinião e que tentem em conjunto criar soluções nas diversas áreas das nossas vidas. Quer em relação ao urbanismo, à falta de árvores na nossa cidade, falta de estratégias e promoção de menor utilização de carros e mais de bicicletas na cidade, quer da falta de habitação e de rendas acessíveis, quer do estado do mundo, da Guerra, do genocídio que está a acontecer neste momento na Palestina.
Quantas pessoas participaram no último evento e vigília pela Palestina que aconteceu também no passado sábado, e quantas ficaram em casa? Se em abril celebrávamos a liberdade, nos restantes meses devemos aproveitar a oportunidade de poder usufruir e exercer essa mesma liberdade. Saiam à rua e participem. Já deixei alguns nomes e sugestões de movimentos sobre os quais podem procurar mais informação e a que se podem juntar.
A participação ativa e consciente é a chave para construirmos uma sociedade mais sustentável e justa. Vamos juntos fazer a diferença. ■

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