
Provavelmente é esta a única compensação que os países que estiveram e estão sob a alçada das autoridades europeias e do FMI, receberam ao longo dos últimos cinco anos.
Na passada terça-feira, foi o próprio PPE – Partido Popular Europeu, que através da suas mais altas instâncias, veio exigir a demissão do ministro holandês, juntando-se assim à exigência feita na semana anterior pelos socialistas europeus.
Zé Povinho gostou de ver o deputado europeu do PSD, Paulo Rangel, que é vice-presidente do grupo parlamentar do PPE, exigir com todas as letras a demissão do Sr. Jeroen Dijsselbloem, que pertencia à formação do Partido Socialista Europeu.
Ficou pois bem na fotografia deste conflito o PPE, pelo que Zé Povinho, tem o maior prazer em felicitar o português, Dr. Paulo Rangel pela sua atitude frontal.
Mas será que não terão ainda de engolir estas palavras com a insolência do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, que irá insistir na manutenção de Jeroen Dijsselbloem, sua alma gémea, à frente do Eurogrupo para bater nos recalcitrantes países que alegadamente gostam mais de “vinho e mulheres”? Nessa altura se verá se o Dr. Paulo Rangel e o PPE terão a mesma coragem para enfrentar o ministro alemão.
Para já, Zé Povinho confia na coerência deste líder social-democrata que representa Portugal no Parlamento Europeu.

Zé Povinho mais uma vez tem pena que o seu criador já não seja vivo e dos costumes das gentes dos países do sul da Europa já não serem o que eram.
Fosse vivo o Mestre Rafael Bordalo Pinheiro e o ministro das Finanças da Holanda e presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, não se safaria de um escarrador ou penico com a sua cara, onde os portugueses se poderiam deliciar a fazer as suas necessidades à moda do séc. XIX.
Não é que o dis…tinto político holandês, depois de ter sido quase varrido do Parlamento do seu país após as últimas eleições que lá se realizaram, tentou seduzir o seu alter ego alemão, queixando-se num jornal que os povos do Sul da Europa preferem gastar os recursos “em mulheres e vinho e depois pedir ajuda aos seus parceiros do Norte da Europa”?
Felizmente as afirmações discriminatórias e sexistas deste responsável mereceram a condenação de 99% dos portugueses, unindo todas as forças, fossem da geringonça como da oposição, num raro e encantador momento que não se via desde o apoio à luta do povo de Timor.
É redundante e repetitivo dizer que os holandeses têm pouca autoridade moral para estas reprimendas às gentes do Sul pois são conhecidas, por aqueles que já foram a Amesterdão e a outras cidades holandesas, as suas ruas vermelhas e os seus consumos menos austeros em certos bares.
Jeroen Dijsselbloem sabe tudo isso. Mas depois de vários anos a apoiar as políticas de austeridade aos países do Sul, assentes num discurso à base de muito economês e financês, deixou cair a máscara e disse finalmente o que lhe vai na alma: os desgraçados dos países do Sul são preguiçosos que gastam o dinheiro em copos e mulheres. É isto que a sua pobre cabecinha pensa. E é uma cabeça destas que tem presidido ao Eurogrupo.
Despede-se assim Zé Povinho de Jeroen Dijsselbloem que certamente vai desaparecer dos ecrãs dos espectadores, a contento de tantos, incluindo de muitos holandeses que o condenaram nas urnas ainda antes de tão disparatadas declarações, das quais nem se dignou pedir desculpa.
E nesta despedida Zé Povinho endereça-lhe um valente toma e envia-lhe pelo correio uma valente garrafa das Caldas feita à sua medida.