Zé Povinho está confiante que a vinda para as Caldas do World Press Cartoon este ano possa ser o passo de elefante que coloque a cidade nas ondas internacionais.
Organizar este primeiro evento só vale a pena se estiver na mira dos responsáveis locais outras apostas que coloquem a cidade nos roteiros internacionais de um produto turístico e cultural de referência.
Se é para investir uns milhares de euros num ano, para deixar o projecto para trás nos anos seguintes, então vale mais a pena não se lançar nesta aventura.
Há exemplos internacionais de cidades que se agarram a um tema destes, como a pequena cidade francesa de Angoulême, que já hoje se transformou num centro internacional da banda desenhada e que dá cartas em todo o mundo.
Caldas da Rainha tem uma ligação privilegiada ao humor e à caricatura, e em tempos de Brexit, de Trump e de outros por esse mundo, resta a caricatura e o humor para tornar a vida mais risível.
Por outro lado, a cerâmica pode ser um material ideal para dar aos cartoons uma existência tridimensional, aproveitando uma oportunidade que pode não se repetir.
Daí que o cartoonista António e o presidente da Câmara, Dr. Tinta Ferreira, que deu seguimento à sua proposta, mereçam este destaque, sabendo que se está no início de um longo processo para que tudo valha a pena.
Nos últimos 20 anos, quem mais do que o Dr. Feliciano Barreiras Duarte se bateu pela cidade de Leiria? Ainda há dias ele próprio recordava num jornal leiriense as afirmações em prol daquela cidade que ele proferiu e escreveu por várias vezes nas últimas décadas. E nem isso mereceu a atenção dos laranjas locais que acabaram por escolher o Dr. Fernando Costa para candidato à câmara leiriense, confirmando-o perante as elites lisboetas que tentaram até à última da hora fazer rever o processo.
Sabe-se que o Dr. Barreiras Duarte não desistiu nestes últimos tempos e tentou por todas as maneiras demover os seus colegas de partido da escolha que tanto detestava. Para ele podiam ser todos menos o Dr. Fernando Costa, a quem ele já cognominou de eucalipto.
Nem as notícias vindas a público nos dois principais semanários, dando inclusivamente como certa a recusa do CDS em alinhar em Leiria, com um também seu adversário (nas Caldas), invocando a aliança espúria em Loures com o PCP, foi para diante.
As seis páginas da sua carta ao Dr. Passos Coelho podem servir como epitáfio próprio, mas o líder do partido tem muitos mais conflitos nas escolhas autárquicas, razão pela qual não pôs as mãos a favor do seu ex-delfim.
Zé Povinho deixa-lhe um conselho de alguns seus colegas de partido: quem ri no fim é quem ri melhor. E aconselha-o a procurar noutras bandas o reconhecimento que a sua “gigante económica e anã política” lhe recusou. Sabe-se lá porquê…