A Semana do Zé Povinho – 15-09-2017

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Gazeta das Caldas
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Gazeta das CaldasA Câmara de Peniche e a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) tomaram há algum tempo a iniciativa de mandar erigir uma escultura-memorial a todos os detidos políticos que estiveram presos no Forte de Peniche.
Para concretizar este objectivo convidaram o escultor José Aurélio, que fez uma interessante e simbólica interpretação sobre o que entendeu do significado da prisão política mais tenebrosa em território continental, onde estiveram detidos cerca de dois mil e quinhentos portugueses.
No passado domingo juntaram-se naquela fortaleza algumas centenas de pessoas, ex-presos políticos, familiares, amigos e responsáveis políticos, que quiseram testemunhar o seu preito de homenagem a tantos sacrifícios sofridos por portugueses que desfiaram a ditadura na luta pela liberdade de expressão e de pensamento.
Esta cerimónia também pretendeu servir de testemunho contra o esquecimento e o branqueamento daqueles anos sombra, criando uma marca indelével, que sirva de semente redentora para o projecto da construção naquela fortaleza do Museu da Resistência, recentemente aprovado pelo governo português.
Zé Povinho, que se identifica com estes valores da Liberdade e da Fraternidade, saúda as entidades responsáveis pela iniciativa, representados simbolicamente no autarca de Peniche, António José Correia e na presidente da URAP, Marília Villaverde Cabral, bem como no escultor José Aurélio que bem soube interpretar o que foi o período negro da ditadura portuguesa.

Gazeta das CaldasFoi apenas há dois anos, mas já parecem tão longe os tempos em que os caldenses acalentaram esperanças na então nova administração do CHO, recém nomeada por um também novo governo que se assumia de ruptura com as anteriores políticas de cortes cegos e de empobrecimento (para não dizer destruição) do Serviço Nacional de Saúde.
A Dra. Ana Paula Harfouche representava uma lufada de ar fresco numa equipa que viria trazer a mudança ao CHO, ainda por cima tutelada por um jovem e dinâmico ministro da Saúde que estivera poucos meses antes, em campanha eleitoral, nas Caldas da Rainha e se mostrara sabedor da realidade local ao nível dos cuidados de saúde.
Mas não tardou muito para que a equipa liderada pela Dra. Ana Paula Harfouche se tornasse disfuncional e o Conselho de Administração uma entidade pouco coesa e incapaz de grandes rasgos.
O estilo conflituoso de “quero, posso e mando” da administradora e o desrespeito por regras elementares da Democracia e da cidadania ficou agora bem patente na arrastada história da sonegação de documentos à Gazeta das Caldas em que, até à última, procurou não cumprir as legislação sobre o acesso aos documentos administrativos. Como se não tivesse outros assuntos mais importantes para resolver!…
Não surpreende assim que existam tensões no Conselho de Administração do CHO. E também não surpreende que os problemas do hospital se arrastem sem solução à vista.

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