Depois de se estrear em 2008 com «Uma memória de Pereiros – Quotidianos de uma aldeia do Alto Douro» (Padrões Culturais), o sétimo livro de Joaquim Nascimento ostenta um título que integra o cabeçalho de uma das 67 crónicas do volume («As pulseiras de Sofia Águas») mais a expressão «e outras vidas». Porque se trata sempre, em cada crónica, de «outras vidas», uma osmose feliz entre o sangue pisado da vida e o estilo da escrita. Desde logo e para começar, se trata da vida do autor que na página 127 assim se apresenta: «Nos Pereiros ou na Pesqueira, um pouco por aqueles sítios, digam eu vão da parte do filho da Senhora Adelaide, que sou eu». Além dos três lugares do seu Mundo (Pereiros, Lisboa e Albufeira) a corresponderem cada um deles à infância, à idade adulta e à reforma, Moçambique e São Tomé e Príncipe também fazem parte da desta geografia de afectos, memórias e palavras. Como o conceito de crónica deste autor tem a ver com a distância do tempo, o olhar para o passado e o balanço sentimental da vida, não é de estranhar que a escolha do título do volume tenha recaído numa crónica algarvia, a partir do lugar da maturidade afectiva e também da escrita.
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