Zé Povinho ficou minimamente satisfeito com o resultado eleitoral que deu a reeleição ao Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, que apesar de ser esperada serviu para acalmar os espíritos mais nervosos. O período em que decorreu esta eleição, pontuado pelas consequências da pandemia covid-19, vai deixar na memória dos portugue-ses tão atribulado processo de votação como de campanha eleitoral, que foi naturalmente a menos participada e a mais barata desde o 25 de Abril. Apesar de satisfeito com o Prof. Marcelo, que pareceu querer ser o termómetro e a aspirina das eleições, para baixar a temperatura o Zé Povinho teme que nas próximas eleições e especialmente nas presidenciais, se perca também a paz eleitoral que se vivia em Portugal desde há muito. Por isso espera que o Professor saiba aplicar os calmantes necessários para que o processo democrático português continue a ser exemplar no contexto internacional, apesar da má língua habitual. ■
Nestas presidenciais jogaram-se muitas sombras e exerceram-se muitos golpes de retórica, que poderiam ter dado outros resultados mais inesperados. Zé Povinho não tem dúvida, que pelas piores razões, Portugal está a inaugurar um período em que vão sobressair populistas, mas, como todas as modas, esta também passará. Provavelmente porque os eleitores se desinteressam ou dá-se uma tentativa de normalização ou de democratização dos objetivos dos mesmos. Contudo, parece que a “ameaça” de André Ventura se demitir, foi razão de mobilização do eleitorado independente na votação na “independente” Ana Gomes, elevando-a para a 2ª posição. Afinal Ventura “ajudou-a” involuntariamente a perder a posição que ele tanto almejava e a fazer mais uma cena do demite e reaparece no mesmo lugar. ■