A Semana do Zé Povinho | 02/11/2018

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Gazeta das CaldasJosé Inácio Sobrinho, natural de Salir de Matos, é um pacato cidadão que se dedica à pintura e que tem vindo a chamar a atenção para a extinção de algumas espécies de aves da região. Aliás, as aves estão no centro dos seus desenhos e pinturas, retratando-as na Natureza, tal como as conheceu quando o campo ainda era campo e se vivia em melhor harmonia com a fauna e a flora.
Mas além das aves, José Inácio Sobrinho também se tem afirmado por ser um ilustre defensor das árvores, em especial do amieiro, que praticamente desapareceu da paisagem oestina.
Zé Povinho, que se reafirma muito sensível às questões ambientais, não pode deixar de valorizar esta postura ecologista de José Inácio Sobrinho.
Enquanto jovem militar, este caldense viveu histórias marcantes e traumáticas na guerra colonial. Entrou na tropa como praça, foi sargento e foi oficial. Nunca gostou do cheiro a pólvora nem se entusiasmou com as aventuras africanas, embora tenha sempre cumprido o seu dever. Talvez por isso, valorize tanto o sossego do campo e a paisagem rural que ele gostaria que tivesse mais aves, mais árvores, sobretudo mais amieiros.
Zé Povinho acompanha-o nesse desejo. Boa sorte senhor capitão Sobrinho!

Gazeta das CaldasSeria fácil a Zé Povinho colocar o vencedor das eleições no Brasil, Jair Bolsonaro, a descer nesta rubrica. Mas afinal ele venceu a segunda volta das eleições com mais 10 milhões de votos que o seu adversário, Fernando Haddad.
Fazer isso seria agir de uma forma displicente e duvidosa em relação ao que se passou no Brasil e que atravessou aquela sociedade nos últimos tempos, depois de ter regressado ao sistema democrático há cerca de três décadas.
Zé Povinho acha que o principal derrotado em tudo isto, pela crise que se tem agravado nos últimos anos, é o próprio país e a sua população, a viver situações de crescente instabilidade, violência, agressividade, sem saber como conseguirá sair do buraco em que tem estado a cair.
O Brasil é um dos países mais ricos em termos de recursos naturais, se bem que hoje o que dá riqueza aos países é mais o conhecimento e a inteligência que os seus habitantes, e especialmente as elites empresariais, culturais e sociais, detêm.
O sistema político, repartido entre mais de três dezenas de formações políticas, algumas sem qualquer programa ou coerência (quantas vezes encostadas às crenças religiosas de seitas pouco recomendáveis ou de grupos de interesses organizados), impede qualquer sentido na tomada de decisões num país que tem uma dimensão continental.
Pelo que disse ao longo dos últimos anos, o Presidente eleito, Jair Bolsonaro, mostra não ser muito recomendável, mas foi ele que recolheu os votos da maioria, apesar mesmo de ter feito uma campanha eleitoral reduzida e sem debates com os outros candidatos e sem se submeter ao escrutínio da comunicação social.
Zé Povinho teme muito pelo Brasil e pelos próprios brasileiros que saem deste acto eleitoral mais divididos, zangados, ressabiados e a temer graves repercussões dos resultados. Espera-se que a vingança não se sobreponha aos legítimos interesses de todos os brasileiros, mas mesmo assim a ameaça está no horizonte de todos. Zé Povinho tem muita dificuldade em estar optimista, mas espera que um pouco de sorte sorria aos brasileiros.

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