A Semana do Zé Povinho | 13/04/2018

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Gazeta das CAldas
| D.R.

Gazeta das CaldasJosé Pedro Soares e Eduardo Pires foram presos políticos durante a ditadura. Ambos foram torturados e sujeitos a humilhações marcantes sobre as quais não deve ser fácil falar e recordar.
Mas foi precisamente isso que fizeram, no passado dia 6 de Abril, nas Caldas da Rainha, durante a apresentação do livro “No Limite da Dor: A Tortura nas Prisões da Pide”. Falaram sobre a experiência de estarem presos, sem quaisquer direitos, às mãos de uma polícia sem escrúpulos e sob um regime ditatorial. Ser-se prisioneiro político era o grau zero da dignidade humana, era estar sujeito aos caprichos e às torturas de uma polícia grotesca e cruel. Por isso, estes dois homens – e todos os que passaram pelas cadeias da Pide – merecem a maior consideração dos portugueses devido à sua abnegação na luta pela Liberdade.
Independentemente da ideologia e dos métodos que utilizavam para combater o Fascismo, os presos políticos foram, no seu tempo, verdadeiros heróis que souberam arriscar para defender aquilo em que acreditavam, por se oporem à ditadura e à guerra colonial.
Zé Povinho só pode, por isso, manifestar o profundo respeito por José Pedro Soares e Eduardo Pires, incentivando-os a partilhar a suas histórias e concordando com eles em como é importante preservar a memória das prisões, da tortura e do combate pela Liberdade.

Gazeta das CaldasMark Zuckerberg é o fundador do Facebook, que em poucos anos o guindou a um dos homens mais ricos do planeta.
Se a sua história pessoal não é muito abonatória, como é descrita no filme A Rede Social, pois mostra o seu espírito ultra-ambicioso e como pouco se importou com os seus colegas de invenção daquela plataforma, hoje tem uma fórmula de ganhar dinheiro que não discute princípios ou valores, por muito que apregoe em contrário.
Há poucos meses, alegadamente, foi descoberto que funcionários da Facebook tinham vendido por muitos milhões de dólares a uma empresa inglesa de marketing político e de estudos de mercado – a Cambridge Analytica – dados pessoais de mais de 80 milhões de pessoas em que era possível definir o seu perfil e preferências pessoais.
Estes dados teriam sido utilizados ilegalmente para manipular os resultados das eleições nos Estados Unidos, que elegeram Trump, e o referendo do Reino Unido, que fez vencer o Brexit, o que constitui um atentado muito grave aos direitos democráticos da sociedade de ambos os países.
No Senado dos Estados Unidos da América, onde estava a ser ouvido esta semana, Mark Zuckerberg pediu desculpa pelas falhas do Facebook, de que assumiu a responsabilidade total, e comprometeu-se a cumprir doravante as exigências das leis europeias de proteção de dados pessoais que vão entrar em vigor no próximo mês de Maio e que as tornará extensíveis aos utilizadores no mundo inteiro.
Mas o que não deixa de ser grave é o acesso aos dados da vida pessoal e aos gostos das pessoas para os vender a negociantes que não têm cara e que tudo fazem para impor os consumos e até as ideias que lhes interessam. Agora Mark Zuckerberg pode vir a ser directa ou indirectamente responsabilizado pelos resultados eleitorais que têm provocado calafrios e gerado inúmeros problemas no mundo.
Por tudo isto, Zé Povinho apela a um despertar de consciências das pessoas pelos seus dados pessoais e critica com veemência o comportamento de Mark Zuckerberg que, no mínimo, foi irresponsável e negligente, no máximo terá sido criminoso.