Na vida todos temos a hora de partida para a Eternidade. Casei com o Dr. Asdrúbal de Aguiar, que faleceu em 1976, de quem tenho dois filhos, Ricardo de Aguiar e Francisca Aguiar, ambos licenciados e doutorados.
Alguns anos depois vivi com José Vasques, conhecido industrial da construção civil da Foz do Arelho – durante 26 anos fomos felizes na nossa terra – que recentemente faleceu repentinamente depois de transportado pelo INEM para o Hospital Distrital. Quando o médico me deu a notícia fui vítima dum trauma cerebral que me afectou, ficando sem capacidade de acção. Este meu difícil problema de cérebro bloqueou a minha capacidade de acção o que faz que só agora me manifeste.
O lema da minha vida é sempre o mesmo de ser justa, ter bom senso, crer na verdade para percorrer o meu caminho de vida.
O meu problema e a minha revolta hoje reside no caso que aconteceu no cemitério antigo da Foz do Arelho. Na altura do falecimento foi-me dito que a única hipótese do José Vasques ser sepultado era na campa do pai ou da mãe, pois não existia nenhum coval vago.
Assim não consegui concretizar a promessa que fiz ao Zé Vasques de ter uma campa própria com a padroeira da Foz à sua beira, que é a Nossa Senhora da Conceição, que se comemora também no dia do aniversário dele, a 8 de Dezembro. Neste período várias pessoas disseram-me que haviam covais vagos naquele cemitério e não consegui que fosse atribuído um. O cemitério é um lugar de Amor, de saudade e de respeito.
Sobre este assunto enviei no dia 21/04/2017 um ofício, com aviso de recepção, e até hoje 12/09/2017 não recebi resposta nem do presidente nem do senhor José Ferreira, actual tesoureiro.
O cemitério não é propriedade privada da Junta, que assegura a sua gerência. Num encontro uma vez com José Ferreira, casualmente à entrada do edifício da Junta, disse-me que para eu ter a certeza que venderam todos o covais livres, ele iria buscar o caderno onde estava tudo escrito. Esperei duas horas contadas pelo relógio e ele nunca apareceu. A minha conclusão é que não pôde vir confirmar o que dizia.
Entretanto, tenho sempre acompanhado o que foi publicado na Gazeta das Caldas, de que sou assinante há 60 anos, e isso esclarece-me de muito do que se está a passar comigo e com a Junta.
Recuperei depois a minha consciência e a primeira acção foi ser informada como se faz a gerência dum cemitério, pois nunca na minha vida queria acreditar no que me aconteceu. Não pertenço a nenhum partido político. Pertenci sempre à Santa Casa da Misericórdia e a associações de carácter humanitário para ajudar, pelo que acho injusto o que me está a acontecer.
Fui catequista e ensinei muitas crianças a rezar O Pai Nosso e neste momento presente sobre “Perdoar as nossas ofensas a quem nos tem ofendido” faço Silêncio. Pensando bem, Jesus vai perdoar-me porque ele também expulsou os Vendilhões do Templo conforme relata o Evangelho.
Peço desculpa pois já devia ter agradecido ao Dr. Guimarães, médico neurologista, à Dr. Ana Paula Tavares, médica de família, à Câmara Municipal das Caldas da Rainha, à Misericórdia e a todos os amigos, meus e os de Zé Vasques, que me auxiliaram neste momento doloroso da vida, agradecendo ainda a palavra de coragem que me desejouPadre Eduardo.
Bem hajam.
Maria Fernanda Frutuoso de Aguiar