Permitam-me que o descreva aos olhos de um seu Companheiro e amigo. Amigo porque ele me aceitou também nessa condição.
Homem bem parecido, bem disposto, figura distinta, admirado sobretudo pelas palavras sábias com que pactuava as suas intervenções, incisivo e silencioso, como amigo e companheiro, um coração cheio de bondade; Olhos de sonhador, de sorriso fácil, fino no trato, alto quanto baste, cabelos leves, sempre ciente dos seus deveres, demonstrando um requintado prazer em receber, aprendeu cedo o domínio da arte do “gentleman”.
Dotado duma desenfreada paixão pela arte, de grande cultura geral, estudioso de temas que nos tocam socialmente, passou a vida, sempre ligado a organizações sociais e profissionais; Arrisco-me a defini-lo como um conserador convicto, consciente das suas responsabilidades sociais, pontual, revelando uma particular predilecção por nos contar histórias curiosas, da sua vida rotária, profissional ou das suas imensas viagens. Homem essencialmente prático, de missão, pactuou a sua vida sobretudo pela acção e não apenas por pensamentos e palavras.
Muitos, na sua posição social, teriam preferido optar pelo caminho mais fácil da “ignorância voluntária” e do distanciamento, face aos problemas sociais; Mas a sua compaixão pela pobreza, pela miséria, pelo sofrimento, as crueldades da vida, a fome, levou-o desde cedo a entregar-se ao Rotary, para “dar de si, antes de pensar em si”. Possui de família, uma das raras qualidades humanas, mais rara ainda nos dias de hoje, o Bom Senso. Fez em Agosto passado, 53 anos de Rotário. A permanência, em Rotary do Compº Rogério Caiado granjeou-lhe, todos os privilégios que qualquer rotário merece – admiração, estima e reconhecimento; a força do afecto familiar, combinado com um forte sentido ético e de solidariedade fez dele, um Rotário de Excelência.
Partiu fisicamente, mas estará sempre connosco nas nossas orações e nas nossas acções de solidariedade. Estou seguro!
Mas hoje, hoje já sentimos a sua falta! Vai ser um dia muito difícil!
Francisco Vogado