Já a minha avó me dizia

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Cidade da cerâmica?

O tempo voa !
Os compromissos têm sido múltiplos. E os projectos novos também.
De Lisboa a Cascais e ao Porto…tenho cavalgado as semanas.
Valério Romão, fixem este nome, lançou o seu último, livro, “Cair para Dentro”, no Bar da Barraca, na sexta à noite, em Lisboa, sem que antes portistas, sportinguistas e benfiquistas, não tivessem visto o jogo na TV. A noite começou mal, mas acabou, entre amigos. Deliciosa apresentação de Eric Nepomuceno. Edição da sempre Abysmo. Em breve vai voar para Paris para apresentar a sua edição francesa. Desta vez, não o poderei acompanhar, na última lá estivemos.
Ao almoço, ultimou-se o projecto para o fim de semana 13/14/15 de Abril. “Abysmo nos Arredores de Imaginário “ Em breve teremos notícias.
Decorreu o “Festin”. Uma equipa brasileira veio a Óbidos fazer uma curta. Acompanhou-se a equipa… e esperamos pelo filme.
E o Porto aqui tão perto. Por motivos profissionais voltou-se a esta cidade única. Acabou-se o dia no Monte da Virgem. Em reunião.
Quando se entrou em casa, com chuva diluviana, aterrou-se no sofá e acordou-se pela noite dentro.
Quando se acordou havia uma mensagem: “Atenção à crónica”. Como a minha avó me dizia: “Quem muito faz, alguma coisa esquece”.
Mário Reis, mais uma vez, nos surpreendeu com o seu projecto das banheiras. A convite da Gazeta das Caldas, inaugurou-se o tema das termas e da cerâmica. Feliz iniciativa. Esperamos pelos projectos dos outros ceramistas convidados.
Qualquer artista plástico tem dificuldade, quer em viver do seu trabalho, quer em divulgá-lo, e estas iniciativas são sempre bem vindas.
Aliás, Caldas da Rainha, cidade da cerâmica, como alguns temem em referir, esquece, permanentemente, os seus artistas.
Os dinheiros para a cultura são sempre escassos, como se sabe, e as elites que nos governam e o gerem, têm o dever de procurar soluções que permitam dividir esses recursos por todos. Recordemos o excelente artigo que Mário Reis publicou na Gazeta das Caldas, no ano passado, a  propósito da Festa da Cerâmica, ou da ausência dela.
Quem passa nas ruas da cidade das Caldas da Rainha, muitas vezes se depara com edifícios, outrora lindíssimos, mas que hoje estão degradados. Parte deles forrados de azulejos. Um desafio aqui fica.
Porque não criar-se um programa, em que por exemplo o Cencal, fizesse o levantamento destes edifícios, os catalogasse, e se concorresse ao 2020 para se alavancarem fundos necessários a esta recuperação, com a participação dos ceramistas residentes no Concelho das Caldas da Rainha? E assim, se daria um passo, em frente, na construção da cidade como Cidade da Cerâmica, que perdoraria no nosso imaginário.

Jacinto Gameiro
jacintogameiroadv@gmail.com

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