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Apaixonei-me por Óbidos muito antes de o saber. Hoje, quando olho para as suas ruelas cheias de estórias por contar e para o seu castelo com tanta história já contada, não me recordo do momento em que este lugar despertou em mim tão fortes sentimentos.
É assim também com o chocolate.
Lembro-me dos chapelinhos ou dos furinhos da Regina que me faziam brilhar os olhos, dos Smarties de todas as cores que eram contados e recontados antes de serem devorados, mas não imagino quando é que o chocolate se tornou de longe o mais apetecido de todos os doces para mim.
No entanto, hoje, o chocolate passou a ser muito mais do que uma simples guloseima, tornou-se num desafio para o meu paladar.
Tal como há entendidos em vinhos que gostam de fazer de cada degustação uma viagem sensorial, também eu gosto de, em cada pedaço de chocolate que ingiro, saborear muito para além das primeiras impressões.
E esta nova forma de encarar o mundo do chocolate, sei de onde vem, sei com toda a certeza, vem do primeiro festival de chocolate que aconteceu em Óbidos e que de uma vez por todas me abriu as portas de um universo fascinante que não se esgota apenas numa simples tablete. É provável que só daqui a uns anos se perceba o alcance cultural, social e até gastronómico, de um dia alguém ter tido a ousadia de numa terra que não tinha tradições associadas à amêndoa fermentada e torrada do cacau, se erguer um dos maiores eventos relacionados com o chocolate. Quantas pessoas terão conhecido as infindáveis mais valias de um bom chocolate graças a este evento? Quantos visitantes terão levado de Óbidos chocolates e seus derivados (é que até há queijo feito como chocolate)?
O Festival Internacional de Chocolate de Óbidos aliou ao charme da medieval vila onde acontece, o exotismo de uma delícia que não deixa ninguém indiferente. Durante este evento, Óbidos torna-se mais do que nunca num destino gourmet e o chocolate ganha um castelo.
Uma coisa é certa, hoje gosto de Óbidos e de Chocolate por duas razões: Por tudo e por nada.
João Carlos Costa
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