A semana do Zé Povinho

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Zé Povinho ficou impressionado com a dureza do trabalho dos homens que diariamente recolhem toneladas de lixo produzido na cidade e nas freguesias caldenses. Realizam um trabalho duro e sujo, por vezes em condições climatéricas adversas, à chuva e ao frio, ou sob um calor intenso no pico de Verão, que aumenta o mau cheiro que emana dos contentores que manuseiam.
O cidadão comum que atira o saco do lixo para o contentor julga que põe fim aquilo que está a mais na sua casa e que urge deitar fora. Mas o gesto de pôr o lixo no lixo é apenas o início de um processo que envolve muitos meios e muita mão-de-obra.
Numa altura em que se aproxima o Natal e são usuais as palavras e gestos de solidariedade, é legítimo recordar o trabalho árduo e muito útil destes homens. Felizmente que os SMAS – que agora têm receitas acrescidas por via da nova taxa sobre os resíduos sólidos – decidiram utilizar parte desse dinheiro para atribuir novos equipamentos e melhores condições de trabalho a estes homens.
A equipa é vasta, mas Zé Povinho quer cumprimentar os senhores Ilídio Sancheira, José Ferreira e Ângelo Gaspar em nome de todos os homens que trabalham na recolha do lixo nas Caldas da Rainha. Obrigado pelo vosso trabalho.

“O jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos.” Assim o diz o ponto 3 do Código Deontológico dos Jornalistas. Por isso, Zé Povinho não pode deixar de denunciar neste jornal – e em nome do jornalismo – aquilo que considera uma severa violação do direito de informar por parte de dois dignitários da cena política internacional: o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyhau, e o secretário de Estado norte-americano Michael Pompeo.
Ambos encontraram-se na semana passada em Lisboa e realizaram uma conferência de imprensa à qual os jornalistas portugueses foram impedidos de entrar. Apenas os jornalistas estrangeiros que acompanhavam as duas comitivas tiveram o direito de captar imagens e registar as declarações dos dois políticos.
Porquê esta atitude? Os assessores israelitas e norte-americanos nem se deram ao trabalho de explicar. Netanyhau e Pompeo, na sua infinitiva arrogância, trataram os portugueses como tratam os palestinianos num território ocupado ou os mexicanos numa fronteira do Texas.
Esta atitude sobranceira teve lugar num país considerado “amigo” e “aliado” (o que seria se não fosse!…), num país onde a Constituição da República garante aos jornalistas o direito de informar e aos cidadãos o direito de serem informados.
Verberar esta atitude destes dois pequenos ditadores é o mínimo que Zé Povinho pode fazer, com o mesmo sentimento de injustiça e de repugnância com que o seu criador, Rafael Bordalo Pinheiro, se manifestou no séc. XIX contra os bretões aquando do Ultimatum. Netanyhau e Pompeo, com tudo o que representam de extremismo e populismo dos seus governos, não são bem vindos a Portugal.

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