Voluntariado, um privilégio do mundo rico?

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José Luiz de Almeida Silva

No nosso país o voluntariado é praticado em muitas situações e em muitas atividades, especialmente associativas, mas apresenta-se sempre como algo de incompleto ou de pouco consistente, dado que é insuficientemente reconhecido em termos sociais e fiscais.
Nesta edição tratamos de uma das modalidades mais comuns do voluntariado em Portugal, e em que se mantém um debate inconclusivo, sobre a forma de concretizar com eficiência o funcionamento dos corpos de bombeiros e todo o serviço que eles asseguram nas comunidades, cada vez mais discutidos para assegurar a sua viabilidade e retribuição.
O voluntariado, por vezes dissimula formas de pagamento inevitáveis, para assegurar o funcionamento permanente de certos serviços que, de outra forma, não eram prestados, criando uma indefinição sobre como remunerar esses voluntários quase necessariamente profissionais.
Em muitos países ricos, o voluntariado, assume formas mais transparentes e que não escondem indefinições, atribuindo os Estados contrapartidas efetivas a essas pessoas, especialmente a nível do tratamento fiscal para outros rendimentos.
Não admira que nas comunidades estrangeiras de reformados que vivem junto de nós, este fenómeno do voluntariado seja entendido de uma forma mais clara e assumida, para desenvolverem tarefas que parecem dispensáveis ou que podem ser prestadas por profissionais em alternativa. É que aos próprios lhes basta o autorreconhecimento ou o mero reconhecimento da comunidade em que se integram. ■

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