A Semana do Zé Povinho – 12/08/2016

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notícias das CaldasZé Povinho deambulou várias noites pelo Festival do Vinho do Bombarral e não houve stand ou expositor que lhe escapasse nas provas do precioso néctar. E apesar da sua provecta idade e da sua experiência acumulada como connaisseur de vinhos, não deixou também de falar com vários especialistas e habituées (as expressões francófilas são adequadas dada a quantidade de franceses visitantes) destas lides, recolhendo várias opiniões para poder fazer esta afirmação rotunda: os vinhos do Oeste estão bons e recomendam-se!
Longe vão os tempos em que esta região estava associada a vinhos de muita quantidade e de pouca qualidade. Agora, tanto as adegas cooperativas que sobreviveram, como as quintas tradicionais e os pequenos produtores independentes, apresentam vinhos verdadeiramente surpreendentes, dignos de ombrear com o que de melhor se faz em regiões vitivinícolas mais afamadas.

É certo que o Festival do Vinho Português, como a Câmara do Bombarral o designa, tem-se revelado muito pouco nacional e bastante regional, mas pelo menos isso teve o dom de evidenciar a boa qualidade dos vinhos do Oeste.
E como os vinhos desta região pertencem à Região Vitivinícola de Lisboa, está de parabéns esta entidade pelo bom trabalho realizado. Um trabalho que é dos produtores empresários, dos trabalhadores, dos bons enólogos da região e das próprias autoridades que têm sabido promover este interessante cluster que tem um ainda um grande potencial.

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notícias das CaldasO secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Dr. Rocha Andrade, em poucos dias transformou-se na figura central da “silly season” portuguesa, ou seja, num certo tipo de “bobo da festa” onde todos, directa ou indirectamente, delicada ou duramente, bateram e ainda estão a bater.
Isto tudo à espera da eventual decisão, após o regresso do primeiro-ministro de férias e do Presidente da República dos Jogos Olímpicos no Brasil, sobre a eventual saída deste membro do governo que cometeu a leviandade de aceitar da Galp Energia uma, não, duas viagens a França para o Europeu de Futebol.
Mas o que tem surpreendido os mais ingénuos é que a Galp não ofereceu a um nem a dois, nem a três membros do governo. Generosamente ofereceu mesmo a mais membros do governo, apesar de até este momento só se conheceram três que tenham aceite.
Mas segundo os media, a Galp quis presentear e presentou mais figuras públicas (as que aceitaram) que vão desde autarcas, jornalistas e altos funcionários de muitas cores e paladares.
Só que a mesma Galp mantém um contencioso com o Ministério das Finanças (ou seja, com os contribuintes portugueses) desde o anterior governo, por ter sido alvo de medidas de agravamento fiscal que não aceitou e das quais recorreu para os tribunais.
Assim estes convites, à luz dos “usos e costumes” domésticos, não deixam de poder significar para Zé Povinho, uma tentativa de amolecimento da outra parte do conflito judicial. E tem-se visto por esse mundo fora, e mesmo em Portugal, que muitas vezes se recorrem a soluções arbitrais que superam estes conflitos com vantagem para uma das partes. Veja-se o caso Tapie em França que envolve a anterior ministra das Finanças e actual directora-geral do FMI, Christine Lagarde, na solução arbitral com o banco Crédit Lyonnais.
Zé Povinho desconfia destas liberalidades, que aproveitaram o frenesim dos momentos “patrióticos” vividos pela selecção portuguesa de futebol e pelos portugueses à mistura, e em que há sempre uns felizardos que beneficiam dessa euforia, sendo obrigados mais tarde a retribuir. O Dr. Rocha Andrade apenas pode  se queixar de si e da sua gula, cabendo-lhe uma atitude mais recatada, até porque é, em última instância, o cobrador de impostos da Pátria e tem que estar acima de qualquer dúvida.

 

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