
Qualquer português sabe, por experiência própria, que é difícil levar por diante um projecto cultural, com raízes privadas, uma vez que a sua sustentabilidade é sempre difícil de assegurar.
O Conservatório das Caldas da Rainha, que agora comemora os seus 20 anos, é um exemplo das dificuldades superadas, apesar de ter muita dificuldade em manter alguns projectos que, em certo momento da sua vida, serviram de emblema na cidade e na região.
Os fundadores, Marine Vieira Lino e Adelino Mota, tiveram a visão e o esforço para darem vida a um projecto, que tem marcas impressivas na sociedade e cujos resultados se podem verificar pelos alunos que seguiram em frente com uma carreira de sucesso no meio sempre difícil da música, seja ela mais erudita ou mais popular.
Para dar continuidade ao projecto, em certo momento foi necessário integrá-lo numa realidade empresarial mais abrangente, onde pontuavam os conservatórios de Coimbra, Figueira da Foz e Pombal, dando-lhe uma dimensão crítica, que permitiu viabilizar os investimentos e sustentar os gastos de funcionamento.
Hoje, com as suas quatro centenas de alunos e cerca de quatro dezenas de professores, constitui uma força muito considerável na animação musical e cultural do Oeste, uma vez que tem formado muitos dos músicos da região, e simultaneamente faz jus ao imperativo de colaborar com outras instituições culturais, realidade muito apreciada tanto interna como externamente.
Estão, assim, de parabéns tanto os fundadores, Marine Vieira Lino e Adelino Mota, como os atuais líderes do projecto, na pessoa de Pedro Rovira, como muitos dos antigos alunos que têm conseguido afirmar-se nos palcos nacionais e estrangeiros, pelo que Zé Povinho une-os a todos no projecto que tem hoje a marca do Conservatório das Caldas da Rainha.
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O Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) é uma entidade que tem por missão “propor, acompanhar e assegurar a execução das políticas de conservação da natureza e das florestas, visando a conservação, a utilização sustentável, a valorização, a fruição e o reconhecimento público do património natural, promovendo o desenvolvimento sustentável dos espaços florestais (…)”. É o que se lê no site desta prestimosa instituição que, se levasse a sua missão a sério, não deixaria a Mata Nacional das Mestras no estado lastimoso em que se encontra.
Basta um breve passeio naqueles 94 hectares de área arborizada para perceber que esta não está cuidada nem bem conservada, nem valorizada e que não se presta a uma boa fruição. Pior: está perigosa, tal é a quantidade de combustível fóssil que por lá abunda.
No entanto, o ICNF diz que a Mata das Mestras tem tido um grau de intervenção “adequado ao seu estatuto”. Zé Povinho ignora qual o conceito de “adequado” para os técnicos daquele instituto, mas recomenda-lhes que façam uma visita ao local para verificarem se as respostas que dão no papel coincidem com a realidade. Ou, no caso de saberem que estão claramente a mentir, que tenham a coragem de dizer que a conservação das Mestras só é “adequada” tendo em conta os parcos recursos de que dispõem. O que não podem é assobiar para o lado ou enganar as populações a fazer de conta que está tudo bem.
Por isso, Zé Povinho não pode deixar de censurar o ICNF (e já agora a Câmara das Caldas que, ao contrário da Junta de Freguesia do Carvalhal Benfeito, não parece importar-se muito com o abandono da Mata) pelo mau serviço prestado à Floresta no concelho das Caldas da Rainha.