A semana do Zé Povinho

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Um dos grandes problemas da sociedade actual é a violência. E esta toma os mais variados contornos e acontece nas famílias, entre namorados, entre casais. Sendo um dos maiores flagelos sociais, com consequências que afectam gente de todas as idades e estratos sociais. Zé Povinho vem aplaudir o trabalho de Sílvia Abreu, que vive nas Caldas há 20 anos e que foi vítima de violência doméstica às mãos do pai e, mais tarde, do companheiro, pai dos filhos. Sílvia dá a cara, conta a sua história e partilha-a, sem receios, com centenas de pessoas de escolas de Norte a Sul do país. Por onde tem passado, escutam-na em silêncio e muitos também dão a conhecer que estão a viver histórias semelhantes. Com recurso a ferramentas teatrais, Sílvia sobe ao palco e representa, com voluntários das plateias, situações de violência e a estratégia para uma resolução positiva do problema. Fala não só para jovens e para professores como também dá palestras a técnicos para que entendam o que sente e como é tratada uma vítima de violência pelo sistema de Justiça.
Zé Povinho espera que o seu trabalho possa prosseguir e ser bem-sucedido. Espera que possa ajudar a mudar mentalidades, a quebrar padrões e que continue a passar a mensagem de que é preciso respeitar o outro e que é com Amor que se combate as várias formas de violência.

Zé Povinho não ficou indiferente ao episódio que ocorreu no Estádio D. Afonso Henriques, onde o futebolista Marega foi alvo de insultos racistas até ao momento em que não aguentou mais e, depois de marcar um golo, demonstrou toda a sua indignação relativamente à situação e abandonou o campo, em protesto.
É impossível não condenar os actos dos “adeptos” que imitaram o som de símios e que se revelaram, eles sim, bem mais próximos da forma de pensar dos primatas… Mas não são esses energúmenos os únicos culpados. Num país onde os cânticos racistas do passado não levaram a punições exemplares, Zé Povinho critica a inacção dos organismos governamentais responsáveis pela área, bem como os respectivos dirigentes, que contribuíram para o escalar das situações. E também não pode deixar de criticar os próprios árbitros, que deviam ter interrompido o jogo, conforme mandam as leis e até os próprios colegas de equipa e de profissão, que deveriam ter sido mais solidários para com o maliano. Entre aqueles que não ficaram nada bem na fotografia estão ainda o treinador e o presidente do clube vimaranense, que numa primeira reacção optaram por fingir que não tinham ouvido o mesmo que os milhares de pessoas que estavam no estádio escutaram.
Zé Povinho até acredita que, mais que racistas, estes “adeptos” sofram de uma clubite aguda (que afecta gente em todos os clubes) que lhes tolda o pensamento. Mas isso não desculpa nada! Aquilo que se passou em Guimarães é muito grave para passar impune, uma vez mais.
Por tudo isto, e porque considera que em pleno século XXI é inacreditável ainda existirem situações de racismo no desporto, Zé Povinho destaca pela negativa o Sr. Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, como responsável máximo pelo desporto no país, e a Autoridade para Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, que foi criada precisamente para combater estas situações e cujos resultados dos esforços que tem feito são, no mínimo, pouco visíveis.

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