Tendo em conta a falsidade absoluta das especulações delirantes que foram publicadas na última edição da Gazeta acerca das razões que conduziram à minha decisão de me retirar da política local no fim do actual mandato, sinto-me obrigado, e contrario a minha índole ao fazê-lo – a proceder a este esclarecimento, para defesa da minha honorabilidade, que, mais uma vez, a Gazeta procura depreciar, por razões tão bem conhecidas quanto vis.
A minha candidatura a presidente da Câmara, ao contrário de todos os outros partidos, decorreu por um processo livre e pioneiro de eleições entre dois nomes que com a maior naturalidade democrática se defrontaram. De forma clara, cívica, elevada e limpa ficou expresso, por vontade da maioria, quem seria o candidato.
Dizer numa legenda que me apercebi (“cedo”) que o PS me não escolheria para futuro candidato e que foi por isso que anunciei a minha decisão é uma perfídia. Um impostura manhosa. Só isso. Não passa de uma pulhice. Até ao momento em que escrevo estas linhas nunca tive por parte do partido nenhuma outra conduta que não fosse o apoio absoluto à minha acção, durante os últimos seis anos. Pode ser que mude, mas até agora não mudou.
A Gazeta mentiu e pronto. Não peço que alguém se retracte porque conheço bem a natureza dos mamíferos em causa e, melhor ainda, os primórdios freáticos das ofensas.
O jornalismo de intendência é uma poluição da democracia. Sempre que na Gazeta alguém escreve – e são sempre os mesmos que o fazem ao mesmo tempo que não assinam coisa nenhuma – algo que nada tem a ver com a realidade e dessa forma tenta, a despropósito, ferir e amesquinhar e procura conspurcar o nome das pessoas, isso apenas revela o grau de cinismo e de desmazelo ético e deontológico que este periódico atingiu.
Chega-se ao ponto de publicar, em espaço de divulgação institucional, (repito: em espaço de divulgação institucional), textos dos vereadores do PS que a Gazeta edita, dando-se à audácia de mudar o título; cortando partes aqui e acoli, como se tivesse algum direito de o fazer, numa acto de censura inqualificável. Sem pedir qualquer autorização, evidentemente. Já antes o fizera.
Em síntese, para que fique claro: o que me faz sair da política é ter outra vida. Que amo e que quero prosseguir. Mais nada. Por vezes há políticos que escrevem mesmo o que querem dizer e não escondem motivos ulteriores nenhuns. Ninguém me levou a tomar decisão nenhuma. Nem para um lado nem para o outro. Não estou desiludido com coisa nenhuma. Estou, aliás, grato ao Partido Socialista por me ter proporcionado a oportunidade de dedicar este tempo riquíssimo da minha vida a uma tarefa cívica que desempenho com o mesmo vigor e alegria. Tudo quanto queiram insinuar e especular é apenas isso: produto de especulação que neste caso atingiu o estatuto de delírio persecutório. Não voltarei a isto, evidentemente.
Rui Correia
NR – Gazeta das Caldas reitera o noticiado na edição de 5/02/2016. O bom julgador por si se julga.