As indicações geográficas protegidas servem, além de informar o consumidor sobre a origem ou a proveniência de um produto, para garantir que o mesmo tenha sido colhido na zona que reúne determinadas características e qualidades específicas.
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ominações de origem, inspiram confiança no consumidor e, nessa medida, podem ser um instrumento muito valioso ao serviço das regiões conferindo um valor acrescido às suas marcas.Este processo passa inicialmente por Portugal podendo posteriormente ser submetido às instâncias europeias, alargando nesse caso a abrangência desta distinção a nível internacional, potenciando a importância daquele reconhecimento.
Foi o que aconteceu – e que agora está reconhecido no Jornal Oficial da União Europeia – com o estatuto de Indicação Geográfica Protegida europeia à ginja de Óbidos e Alcobaça, reconhecendo para efeito a região onde este fruto é cultivado, entre a Serra dos Candeeiros e o Oceano Atlântico.
Este facto, que obriga a um conjunto prolongado de diligências burocráticas junto de entidades nacionais e europeias, culminou esta semana, premiando o esforço desenvolvido pelos concelhos de Óbidos e Alcobaça.
Em nome de ambos os concelhos, onde se produz tradicionalmente aquele precioso fruto, hoje um emblema da região e que serve para produzir o néctar com o mesmo nome – e que também pretendem reconhecer a nível internacional -, Zé Povinho felicita ambos os presidentes das autarquias e exorta outros a terem a mesma diligência para outros produtos, agrícolas ou não, que definem as regiões pelas boas razões.
Há líderes políticos que ficam na História por atitudes e decisões erradas, que produzem resultados irreversíveis, pelo menos num longo período.
Há dois anos David Cameron, numa jogada para impedir a ascensão da linha mais radical do seu partido e ajudar à vitória nas eleições para o Parlamento Britânico, inventou o referendo para a saída da União Europeia.
Prometeu-o num prazo de dois anos e neste período andou a contestar a Europa Unida e a desmanchar normas europeias para que não fossem aplicadas no Reino Unido, caso este se mantivesse.
A seu lado, e invocando argumentos falaciosos e muitos falsos, os seus companheiros de contestação à UE, Nigel Farage e Boris Johnson, ainda mais radicalizados, foram criando um clima no Reino Unido, especialmente ouvido em Inglaterra e País de Gales, que convenceram os mais conservadores e tementes da putativa “ameaça” europeia, de que ficar na UE era um erro clamoroso. Entre os seus apoiantes, estiveram os mais idosos, cuja permanência ou saída da UE, não vai provavelmente prejudicar ou beneficiar muito, pois no tempo de vida útil – por mais anos que vivam – o impacto não será grande para além deste sobressalto inicial.
Já os jovens e os activos mais novos, ou seja, a geração Erasmus, é que irão sofrer mais com este isolamento do continente europeu.
Nos últimos dias o desacreditado líder conservador Cameron tentou ainda inverter o discurso, com uma argumentação incoerente para quem dizia o contrário antes, levando ao inevitável Brexit. Depois veio a saber-se, através de estudos de opinião, que uma parte considerável da população britânica votou irresponsável e quixotecamente julgando que o Brexit não vencia e que se tratava apenas de uma ameaça velada, só para assustar os restantes europeus.
Agora, perante a ameaça de derrocada da sua economia e da provável partida da Escócia e Irlanda do Reino Unido, tentam atrasar o processo e invocam factos acessórios, para não se concretizar imediatamente a saída.
O primeiro-ministro Cameron vai ficar pelo caminho, estando o seu nome a partir de agora associado a mais um sobressalto europeu, do mesmo nível da queda do muro de Berlim, ficando para a história com h minúsculo, como o exemplo de um idiota útil para os extremistas e xenófobos do seu país.
































